Destaques Economia Últimas Notícias

Dívida bruta vai encerrar 2019 praticamente estável, diz secretário

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

A aceleração de devoluções de bancos públicos ao Tesouro fará a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) encerrar 2019 entre 76% e 77% do Produto Interno Bruto (PIB), disse hoje o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. A nova projeção é mais otimista que a divulgada no mês passado, que apontava que o indicador fecharia o ano em 80,8% do PIB.

Indicador que considera a dívida bruta da União, de estados e municípios, a DBGG fechou 2018 em 77,2% do PIB. Esse é o principal parâmetro usado para traçar comparações internacionais sobre o endividamento do país.

Almeida explicou que apenas a antecipação do ressarcimento de R$ 30 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro representa cerca de 0,5% do PIB. A medida foi aprovada pelo Conselho de Administração do banco no início de novembro, elevando para R$ 123 bilhões o total devolvido ao Tesouro neste ano.

O secretário informou ainda que a Caixa Econômica Federal também devolverá Instrumentos Híbridos de Capital e Empréstimo (IHCD) em poder da instituição, mas não informou o valor. Por meio desses ressarcimentos, os bancos públicos devolvem ao governo recursos injetados pelo Tesouro em governos anteriores para elevar a capacidade de empréstimo pelas instituições financeiras oficiais. As transações, na época, elevaram a dívida bruta do governo.

A redução da Selic, taxa básica de juros que está no menor nível da história, também contribuiu para segurar o endividamento do governo. “Vamos terminar ano com resultado primário [negativo] em torno de 1% do PIB e, com trajetória de juros que temos, ao invés de déficit nominal de 7% do PIB, déficit nominal em torno de 6% do PIB”, afirmou Mansueto.

Segundo Almeida, há três anos, o mercado financeiro projetava que os juros básicos da economia encerrariam 2019 em 10% ao ano. Ele reiterou que a queda dos juros ajudou a estabilizar o endividamento do setor público, criando um efeito parecido à existência do superávit primário, quando o governo consegue economizar recursos para pagar os juros da dívida pública.

O Ministério da Economia já anunciou que o Governo Central – Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – deve encerrar o ano com déficit primário em torno de R$ 80 bilhões, com folga considerável em relação à meta de R$ 139 bilhões.

Compromisso

O secretário do Tesouro informou que está comprometido em permanecer no cargo até o fim do atual governo. Ele afirmou que estaria disposto a acumular o comando da secretaria e Conselho Fiscal, cuja criação foi proposta em uma das propostas de emenda à Constituição do novo pacto federativo. Ele, no entanto, disse que a questão será avaliada apenas “lá na frente”, caso a proposta seja aprovada pelo Congresso.

Related posts

Polícia faz apreensão de drogas no Caxambu

admin

STF decide que MP não tem exclusividade em ações de improbidade

admin

Governo manterá gabinete de intervenção no Rio por mais um ano

admin

Deixe um comentário