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Ronda Escolar fecha ano letivo com 1,9 mil visitas realizadas em 2019

Em uma visita à Escola Municipal Prefeito Jamil Sabrá no meio deste ano, a situação de uma estudante do 7º ano chamou a atenção dos agentes que fazem o serviço da Ronda Escolar. A menina de 16 anos pediu ajuda e relatou para os guardas civis, que a atenderam no colégio, os conflitos familiares que ela e o irmão, de 17 anos, também estudante da unidade escolar, mas do 9º ano, viviam dentro de casa. Era uma sexta-feira e aquele fim de semana foi decisivo para acionar toda a rede de atendimento das escolas na área da segurança, que engloba a Guarda Civil, PM e Conselho Tutelar. A história vivenciada no colégio do Centro foi possível graças às 1.906 visitas realizadas ao longo de 2019 pela Ronda Escolar.

“A Ronda Escolar cumpre um papel fundamental de garantir a segurança dos alunos e dos professores e funcionários das nossas escolas. Mais do que apenas atender eventuais ocorrências registradas nas escolas, a aposta no trabalho preventivo tem sido muito importante e um diferencial na atuação dos agentes que atuam nesse serviço em Petrópolis”, diz o prefeito Bernardo Rossi.

Na Escola Prefeito Jamil Sabrá, foram 34 visitas ao longo do ano. A grande maioria com caráter preventivo, seja acompanhando horários de entrada ou saída dos alunos ou, aproveitando a ida ao colégio para conversas em sala de aula e, ainda, realizando conversas de mediação com os pais. Foi graças a esse envolvimento maior que a Ronda Escolar conseguiu fazer total diferença na vida dos dois estudantes.

“Esse caso é um dos que mostram o funcionamento da rede como um todo. Uma aluna veio pedir ajuda porque vivia conflitos em casa, morava com o pai na casa da avó com outras pessoas, casa lotada. Pedimos para ela confiar e nos dar o fim de semana para organizar tudo. E conseguimos, com ajuda do Conselho Tutelar, inserir a aluna em atividades extras na Comac e o irmão conseguiu uma vaga de jovem aprendiz em um supermercado. Conseguimos reinserir os dois na sociedade, tirando a situação de vulnerabilidade social. Eles acreditaram, de novo, que é possível vencer”, diz a coordenadora da Ronda Escolar e subcomandante da Guarda, Cláudia da Conceição.

“Parceria” é a palavra-chave

A diretora da escola, Daniele Fernandes, conta que a aluna era muito agitada e o menino não conseguia ter referências familiares que o ajudasse a compreender o papel da educação. Ao estender as mãos para os dois, os agentes conseguiram retornar nela a boa aluna que sempre foi. E ele, trabalhando, mudou de turno para estudar à noite e conciliar as duas atividades e já está até namorando.

“Essa parceria é fundamental. Todas as vezes que solicitamos, estiveram prontos para nos atender. E eles vêm não após acontecer alguma situação que precisa de socorro, muitas vezes eles aparecem sem a gente pedir. Algumas vezes os alunos não sabem lidar com os conflitos e estão procurando ajuda. No primeiro contato, a Ronda Escolar assusta um pouco porque eles acham que os guardas estão vindo aqui para punição, até os pais acham isso. Mas, depois que eles entendem o cuidado que os agentes trabalham, o resultado final, o objetivo de atender as crianças, é alcançado”, ressalta a diretora.

“Eu acho que uma coisa importante é que a Ronda Escolar fala a mesma língua que nós, aqui na escola. Quando identificamos alguma situação, começamos a explicar para o aluno porque aquilo está errado, vem a Ronda Escolar e mostra a parte legal, que existem leis. Isso nos respalda e reforça a nossa autoridade, a gente se sente mais segura no nosso trabalho”, continua a diretora-adjunta, Mônica Rodrigues.

Para elas e para a orientadora Verônica Ciscoto, o trabalho preventivo deixa os mais de 430 alunos – do 6º ao 9º ano – calmos e concentrados, com impacto direto na aprendizagem. Os professores acabam também beneficiados diretamente. E, por isso, a intenção para 2020 é reforçar essa atuação logo nas primeiras semanas, ampliando o contato com os pais e realizando também palestras sobre temas importante para os jovens, como bullying.

A Ronda Escolar atende todas as escolas do município. São 17 agentes acompanhando entrada e saída dos alunos pela manhã e também nas aulas noturnas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2019, a Guarda Civil apostou bastante no trabalho preventivo, com a realização de palestras em várias unidades de ensino ao longo do ano. Ao lado da PM e do Conselho Tutelar, também é colocado em prática a operação “Lugar de criança e adolescente é na escola”, que tem o objetivo de atuar longe do perímetro escolar e evitar que estudantes fiquem situações de vulnerabilidade.

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