Uma das práticas mais selvagens do continente Africano, Ásia, América Latina e até Extremo Oriente, a mutilação genital de mulheres (MGF), é a narrativa da próxima exposição da fotógrafa e artista plástica Andréa Bretas. Com ideais que defendem o gênero feminino, usando-se da arte como forma de protesto, a carioca radicada em Petrópolis na Região Serrana do Rio, está conhecendo de perto a história de diversas mulheres no Quênia, onde está desenvolvendo mais uma fase de seu trabalho.
“Como mulher eu não poderia deixar de me expressar sobre o assunto, altamente impactante tão física quanto emocionalmente para tantas jovens mulheres, não apenas aqui no Quênia, mas também em outros países do continente, além da Ásia e até América Latina. Apesar do tema ser tabu e consequentemente proibido de ser discutido, decidi chamar a atenção para os prejuízos dessa prática na vida futura de milhares de mulheres espalhadas por três continentes. Contrariando uma lei que vigora desde 2011 proibindo a crueldade desse rito de passagem, a prática continua de forma secreta. Meu objetivo é o de lembrar sobre a necessidade de se lutar para abolir de vez tamanha barbárie.”, diz Andréa.
A exposição tem previsão de ser realizada pelos próximos meses, em uma galeria no Rio de Janeiro, onde a artista tem investido seus esforços voltados para o segmento cultural.
Andréa Bretas tem levado o nome de Petrópolis para o mundo a fora com obras em exposições que ganharam destaque em Nova York, além de conquistar uma estatueta de ouro no maior festival do gênero na América Latina, o Brasília Photo Show. Atualmente, a artista tem seguido uma linha de trabalho que valoriza as expressões, a humanidade e a identidade.
No Brasil, uma das obras de Andréa está na exposição “Bonde21”, realizada na badalada Fábrica Behring. A exposição foi inaugurada no início de fevereiro, comemorando 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. A edificação fica na Zona Portuária do Rio, em um espaço de 6 andares onde eram produzidos balas e chocolates, por anos.
A inspiração para a tela, veio como uma “dança das mãos”, em um momento de melancolia e dor, vivido pela artista. “É difícil explicar, mas foi uma explosão de sentimentos, conduzida pela música ‘Make you feel my love’, cantada por Adele. O resultado é uma catarse, misturando materiais e referências, em um momento onde eu parecia estar perdida”, explica.