Cidade Destaques Últimas Notícias

Petrópolis reforça política de resiliência em meio às mudanças climáticas

“De todos os eventos climáticos dos últimos dez anos no Brasil, apenas um não foi previsto: o do dia 15 de fevereiro de 2022 em Petrópolis. Um evento meteorológico que os sistemas de previsão não capturaram, uma coisa rara”. A revelação foi feita pelo cientista e climatologista Carlos Nobre, idealizador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta quarta-feira (22/2), em entrevista ao portal UOL. A afirmação reforçou a importância da política de prevenção e resiliência. Em Petrópolis, essas ações foram retomadas pela atual gestão, que assumiu a Prefeitura em dezembro de 2021.

O município é referência nacional quando o assunto é proteção e resiliência. Recente artigo assinado pela equipe técnica do Cemaden na revista The Scientist, uma das publicações científicas mais importantes do mundo, destacou que a Defesa Civil de Petrópolis é uma das melhores do Brasil. Um trabalho que se consolidou em 2013, quando o prefeito Rubens Bomtempo transformou a coordenadoria em secretaria. Ou seja: mais estrutura, mais profissionais e uma gestão específica para a prevenção de desastres e redução de riscos.

Fortalecer a cultura da resiliência é um trabalho que possui várias frentes. A mais visível delas pôde ser observada no Plano de Contingência, incluindo o Protocolo de Inundação. Este protocolo inclui as cancelas eletrônicas, instaladas em três pontos do corredor do Rio Quitandinha: Ponte Fones (largo que liga a Olavo Bilac e a Avenida General Rondon à Rua Coronel Veiga); cruzamento das Duas Pontes e na Rua Rocha Cardoso (na altura da UPA Centro, rua que dá acesso à Washington Luiz nos sentidos Quitandinha e Rua do Imperador).

Também foram instaladas sirenes, que avisam sobre a possibilidade de inundações (importante dizer que estas sirenes são diferentes das sirenes que alertam para riscos de deslizamentos em comunidades). Além disso, motoristas e pedestres foram orientados pelas ilhas de segurança, que foram demarcadas com sinalização horizontal e vertical no corredor do Rio Quitandinha e nas principais áreas do Centro Histórico. Também como parte do Plano de Contingência, a Defesa Civil intensificou as rondas preventivas: antes e depois dos períodos de chuvas, as equipes visitam as principais áreas para checar possíveis ocorrências e prestar apoio aos moradores.

Outra ação para mitigar riscos e instalar a cultura de prevenção em cada comunidade é o fortalecimento e a ampliação dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec). Em 2021, eram 13. Agora, já são 25, que atendem a 77 comunidades. Desde as chuvas de 2011, Petrópolis também conta com 18 sirenes, instaladas nos seguintes locais: 24 de Maio (Morro do Estado e Rua Nova); Alto da Serra (Ferroviários); Bingen (João Xavier); Dr. Thouzet (Dr. Thouzet); Independência (Rua Ó e Taquara); Quitandinha (Amazonas, Ceará, Duques, Espírito Santo e Rio de Janeiro); São Sebastião (Adão Brand e Vital Brasil); Sargento Boening (Rua E); Siméria (Frente para o Mar); Vila Felipe (Campinho e Chácara Flora). Essas sirenes emitem dois alertas: o da possibilidade de chuvas fortes e o risco de deslizamentos generalizados nas comunidades.

Ao ouvir a sirene, os moradores devem ir para um dos 66 pontos de apoio espalhados pela cidade – escolas, igrejas, associações de moradores e pontos comuns, reconhecidos pelos moradores. “São várias ações, em várias frentes, que vão tornando, no conjunto, a cidade mais resiliente. Petrópolis tem características geográficas únicas no país e, por isso, o investimento nesta política de prevenção é ainda mais importante. E, quando a gente observa as ações tomadas, é possível dizer que temos um conjunto muito robusto de proteção”, reforça o secretário Kempers.

Related posts

Estimativas do mercado para a inflação e o PIB permanecem estáveis

admin

Agências da Caixa abrirão uma hora mais cedo para Dia do Desenrola

admin

STJ amplia prazo para vítimas de abuso pedirem indenização na Justiça

admin

Deixe um comentário