Neste dia 8 de maio é lembrado o Dia Mundial da Conscientização do Câncer de Ovário, doença que levou mais de 4 mil mulheres a óbito em 2021, segundo os dados do Atlas de Mortalidade por Câncer, divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). Oncologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO) de Petrópolis, Carla Ismael reforça a importância da informação, prevenção e diagnóstico precoce para combater a doença que, se descoberta em estágio inicial, tem maiores chances de cura.
“É fundamental que as mulheres estejam atentas aos sinais que o corpo pode apresentar, como o inchaço abdominal, que é popularmente conhecido como barriga d’água. Além disso, fazer o exame preventivo e o ultrassom vaginal uma vez por ano também contribuem para um diagnóstico precoce do câncer de ovário”, afirma a médica.
Paciente do CTO, Elaine Patrícia tem 47 anos e foi diagnosticada com câncer de ovário em 2023. Ela conta que só descobriu a doença porque ia fazer uma cirurgia para retirada de uma hérnia abdominal e o médico pediu exames de sangue de marcador tumoral. “A gente tem que ter resiliência e muita calma porque a gente é pega de surpresa. O nosso mundo cai quando pegamos o diagnóstico. A gente fica sem chão”, relatou.
Elaine passou pela cirurgia para retirada do ovário e também do útero. Depois, fez seis sessões de quimioterapia e ficou curada. Agora faz o acompanhamento. “Foi dia após dia, vencendo uma e outra [quimioterapia]. Graças a Deus chegou aos seis ciclos. Estou curada. A minha vida foi retomando aos pouquinhos e hoje posso dizer que eu venci”, conta.
A médica Carla Ismael destaca que os fatores de risco do câncer de ovário são poucos conhecidos, mas sabe-se que há uma incidência maior em mulheres na menopausa. “Existe uma questão genética, mas é menor que 20%. Aparentemente, existe uma maior incidência nas mulheres com obesidade, as que tiveram o início da menstruação mais cedo e a menopausa mais tardia. A exposição na menopausa a reposição hormonal também pode implicar no aparecimento do câncer de ovário”, explica.
De acordo com a oncologista, o câncer de ovário não é tão comum quanto o de mama e do colo do útero, mas é preciso ter atenção. “Nas famílias onde existe o diagnóstico do câncer de ovário tem que começar essa pesquisa bem cedo, não só na menopausa. Por exemplo, se a mulher teve o tumor com 60 anos, a filha deve começar a fazer os exames aos 30. É importante saber que assim como todos os outros tumores, o de ovário tem cura. Então, neste dia de conscientização, a mensagem que deixamos para as mulheres é que façam seus exames de rotina e, no caso de qualquer sintoma ou suspeita, procure o médico”, finaliza Carla Ismael.