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Especialistas em Psicologia do Esporte, da Unifase, explicam o trabalho de preparação mental dos atletas brasileiros para as Olimpíadas

A preparação dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos 2024 em Paris está a todo vapor, e a busca por resultados expressivos envolve mais do que treinamento físico e técnico. O trabalho mental, auxiliado pelos profissionais da Psicologia do Esporte, tem se mostrado crucial para o sucesso nas competições. É exatamente neste contexto que duas professoras da Pós-graduação em Psicologia do Esporte do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE), Daniele Seda e Nathália Cardoso, se destacam como integrantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).  

“Os atletas, por terem um ofício de alta performance, visibilidade e cobrança, são passíveis de desenvolverem transtornos de ansiedade, estresse, alimentares e até depressivos, cerca de três a quatro vezes mais do que a população comum. Existem protocolos em Psicologia do Esporte que  permitem verificar melhora significativa de rendimento esportivo. As nações que mais têm psicólogos atuando, são as que conquistam mais medalhas. Esse é um indicador do benefício direto no desempenho esportivo dos atletas que contam com o trabalho multidisciplinar. No trabalho que desenvolvo com os atletas, geramos autoconhecimento e desenvolvemos protocolos para lidarem com o treinamento, rendimento e para trabalharem em equipe, inclusive com os outros profissionais da comissão”, explica a especialista em Psicologia do Esporte e professora da UNIFASE, Daniele Seda.

Os psicólogos do esporte desempenham um papel fundamental na rotina dos atletas, ajudando-os a lidar com a pressão, a ansiedade e o estresse que grandes eventos esportivos inevitavelmente trazem. Técnicas de visualização, controle da respiração e gestão emocional são alguns dos métodos utilizados para fortalecer a mente dos atletas antes, durante e após as competições.

“Estou acompanhando a comissão técnica da equipe de vela, em Marseille, onde acontecerá a competição, e atletas que competem no tiro com arco e no levantamento de peso. Durante os Jogos é garantir que os atletas consigam manter sua rotina de treinamento mental e de cuidado com sua saúde mental, trabalhar em conjunto com os técnicos e demais profissionais de saúde, assim como acolher e trabalhar em cima das demandas que surgirem, blindando os atletas para que saibam como lidar com questões externas que ocorram durante as competições”, salienta. 

A importância desse suporte dos especialistas em Psicologia do esporte vai além do desempenho esportivo. Um atleta mentalmente preparado tem mais capacidade de superar adversidades, manter o foco durante as competições e, principalmente, desfrutar do processo esportivo com mais equilíbrio e satisfação. “Durante a realização dos Jogos de Paris, darei o suporte psicológico para aqueles que estão competindo e continuarei exercendo outras funções no Centro de Treinamento com os atletas que continuam tendo outras competições para além dos Jogos Olímpicos. Os atletas que atendo e que estão classificados serão atendidos de forma on-line, mas teremos outros profissionais da nossa equipe que darão o suporte para os atletas brasileiros in loco, na França, como é o caso da Daniele. Acredito que a Psicologia do Esporte vem crescendo de maneira proporcional ao aumento da conscientização sobre a importância dos aspectos psíquicos no ambiente esportivo. Cada vez mais, tem sido notado que dentro de um ambiente onde os atletas de alto rendimento são levados ao seu limite físico, a todo momento, para alcançarem uma boa colocação ou baterem recordes e marcas, o psicológico é muitas vezes deixado de lado, o que pode ter impactos severos na saúde geral do esportista. Hoje, falar a respeito da saúde mental no esporte virou pauta necessária”, destaca a especialista em Psicologia do Esporte e professora da UNIFASE, Nathália Cardoso.

Com o apoio desses profissionais, os atletas brasileiros chegam a Paris não só fisicamente aptos, mas mentalmente fortalecidos, prontos para representar o país com garra e determinação. “O corpo e a mente não são opostos, nem completamente distintos, mas complementares. Tanto para manter a saúde e o bem-estar dos atletas, quanto para um aumento no nível da performance, o cuidado com a saúde mental é parte essencial. Atendo atletas de diversas modalidades, do surf e das lutas, aos esportes coletivos. Para se conseguir uma boa performance, é fundamental estar bem física e psicologicamente”, afirma Nathália.

Clévia Sies, coordenadora do curso de Pós-Graduação em Psicologia do Esporte da UNIFASE, está muito orgulhosa do desempenho das especialistas. “Estamos na quarta turma da Pós-Graduação em Psicologia do Esporte, com previsão da quinta turma para março de 2025. A Nathália Caardoso foi nossa aluna da primeira turma. Diante do excelente desenvolvimento dela, eu a convidei para ser professora do nosso curso de pós-graduação. A Daniele Seda é nossa docente desde a primeira turma da pós-graduação. Então, são duas professoras de excelência que agora fazem parte da Comissão do Comitê Olímpico Brasileiro. Fico muito feliz ao ver o trabalho fantástico que elas estão desenvolvendo com os atletas e por ver como os frutos da nossa especialização estão sendo colhidos pelos especialistas que formamos e entregamos ao mercado de trabalho”, pontua.

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