Acadêmicas desenvolvem projetos de solidariedade no período de pandemia

O novo Coronavírus trouxe uma realidade ao mundo que, até então, pensávamos ser possível vivenciar, em pleno século XXI, apenas nas produções cinematográficas. Todos fomos afetados direta ou indiretamente pela pandemia, que alterou a dinâmica de rotina de trabalho, estudo e, principalmente, de relacionamento interpessoal, uma vez que o distanciamento social e a quarentena são as melhores formas de evitar a disseminação do vírus. 

Neste contexto de mudanças e adequações, diante da necessidade de enfrentar a pandemia, acadêmicas do curso de enfermagem da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase) se mobilizaram para ajudar os que mais necessitam neste período de isolamento social. Os projetos de extensão são direcionados a dois lados distintos nessa luta: os que foram acometidos pela doença, internados nas unidades hospitalares, e os profissionais da área da saúde, que estão atuando na linha de frente para cuidar dos enfermos. 

“Conectados” foi o nome encontrado pelas alunas do curso de enfermagem da FMP/Fase, Luisa Plant Faria, Ingrid Lyrio e Stephanie Clemente, e também pelo professor do curso de radiologia da instituição, Sandro Molter, para iniciar a missão de arrecadar aparelhos eletrônicos, com câmeras frontais, que serão doados às unidades hospitalares de Petrópolis (Hospital Municipal Nelson de Sá Earp e Hospital de Ensino Alcides Carneiro), que estão recebendo os pacientes acometidos pelo Coronavírus, para que eles possam ter contato com seus familiares e amigos, uma vez que ficam isolados para evitar a disseminação do vírus. 

“A nossa ideia é proporcionar aos pacientes esse conforto psicológico familiar, que pode auxiliar muito no processo de recuperação. Além disso, também queremos garantir uma eventual despedida. Eu perdi uma prima, de 46 anos, que após dois dias de diagnóstico faleceu. Não conseguimos falar com ela nesse período. Então, fica a sensação de algo interrompido, pois até mesmo o funeral, que habitualmente é o lugar propício para a despedida da pessoa, não é uma possibilidade nos casos de morte pela Covid-19, pelo risco de contaminação. Queremos evitar que os familiares e amigos dos pacientes internados vivam esse trauma de não conseguirem concluir suas histórias com a devida despedida. Nunca imaginei passar por uma situação como essa. Estou perplexa diante do comportamento de muitas pessoas, que não entendem a responsabilidade que têm com a vida do outro. Esse é um momento de aprendizado para todos e acredito que vá mudar muito o nosso olhar, enquanto profissionais da área da saúde, em relação à humanização dos cuidados com os pacientes e também na relação com nossos familiares”, explica a estudante do 7º período de enfermagem, Luisa Plant Faria. 

Até o momento, o grupo conseguiu arrecadar dois aparelhos, que já foram entregues ao diretor do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, Nilson Wayand. A meta é que 15 equipamentos eletrônicos (novos ou seminovos) sejam adquiridos para atender às demandas dos pacientes internados, para que seja possível realizarem as chamadas de vídeo. Todos são convidados a participar dessa ação de solidariedade. A entrega pode ser feita nos Postos de coleta: Sorveteco, das 15h às 20h, (Rua Teresa n° 1588 – Alto da Serra, ou no bairro Mosela (em frente à igreja São Judas Tadeu). Outras informações podem ser adquiridas nas redes sociais: @projetoconectadosfmpfase. 

Com olhar voltado para as condições psicológicas de todos aqueles que deixam seus lares e vão ao encontro dos pacientes nas unidades hospitalares, surgiu o projeto “Profissionais que amam a vida”. O objetivo é recolher mensagens de apoio e agradecimento da população, para entregar aos profissionais de saúde que estão atuando neste período de pandemia. 

“Neste momento de incertezas, em meio à pandemia, muitos profissionais de saúde ficam com o emocional abalado. Através dessas mensagens, busco ajudá-los a sentir o carinho da população de uma forma mais especial, mostrando o real motivo e a importância de estarem no dia a dia cuidando dos pacientes, que são o amor da vida de alguém. Às vezes, o profissional pode se sentir isolado da família e dos amigos, até mesmo esquecendo o valor fundamental da sua atuação em prol da sociedade. Estou muito animada com a receptividade da população à essa ideia do projeto. É muito bonito ver a gratidão daqueles que estiveram internados e foram cuidados, mas também das pessoas que não passaram pela experiência da internação, mas valorizam o esforço e a dedicação de cada profissional que está atuando na linha de frente nesse momento tão delicado”, destaca Ana Clara Lahr Malheiros, aluna do 1º período de enfermagem da FMP/Fase. 

As mensagens estão sendo recebidas através do e-mail: profissionaisqueamamavida@gmail.com e são postadas na rede social do projeto @profissionaisqueamamavida e, posteriormente, serão distribuídas nas unidades hospitalares do município. 

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