Nesta sexta-feira (12), acontecerá um ato em homenagem a Julieta Hernández, artista conhecida como a Palhaça Miss Jujuba, assassinada no fim de dezembro de 2023, quando viajava pela região de Presidente Figueiredo, no Amazonas.
A vereadora Júlia, junto com a Coletiva Feminista Popular, apoiará a iniciativa em homenagem a vítima de feminicídio (crime de ódio contra o gênero feminino), que será realizado na Praça da Inconfidência, às 18h, com intervenções artísticas. O ato faz parte também do Levante Nacional pelo Fim do Lesbocídio.
Ainda com relação ao caso, segundo a Polícia Civil, Julieta foi morta com “requintes de crueldade” por um casal já identificado pelos agentes. Ambos responderão por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
“Até quando vamos ser vítimas do ódio e da misoginia? Em 2022, o Brasil bateu recorde de casos de feminicídio, com um aumento de 5%, em comparação com 2021. Foram 1,4 mil feminicídios, ou seja, mortes por apenas serem mulheres – com a média de um assassinato a cada seis horas. O poder público precisa criar mecanismos em defesa das mulheres”, destaca Ester Guerra, membro da Coletiva Feminista Popular e apoiadora do ato em homenagem a Julieta.
O assassinato da jovem artista provocou revolta em todo o país, resultando em manifestações em várias regiões, inclusive na Venezuela, pelo próprio ministro do Poder Popular para a Cultura, Ernesto Villegas. Em nota, o representante do governo venezuelano afirma que o país “perde com Julieta Hernández uma artista integral, expressão da identidade venezuelana. Formada pela UCV como médica veterinária, summa cum laude, foi fundadora da Rede Venezuelana de Palhaças com estudos no Brasil sobre o Teatro do Oprimido”.
Representantes da iniciativa “Bicicletada da Julieta” afirmam que, “mesmo que as penalidades por esse tipo de crime tenham sido aumentadas desde 2015, os casos têm aumentado ano após ano, o que significa que a mudança deve vir do âmbito social. O modelo patriarcal do sistema em que vivemos cerceia o direito de liberdade às mulheres. Nesse mundo misógino, nós não somos livres para ir e vir quando bem entendermos, dizer e vestir o que quisermos, sem sermos assediadas, impedidas ou mortas. A sensação é de que nosso corpo, nosso ser, não nos pertence. Como se vivêssemos em jaulas sem podermos ser e expressar o que realmente somos livres de julgamentos”.
Para a vereadora Júlia, a participação da população em atos como esse é fundamental para pressionar o poder público e mostrar a insatisfação, a revolta das mulheres com a contínua violência, a qual são expostas diariamente, sem qualquer segurança ou punição dos responsáveis. “Os discursos e atos de ódio contra as mulheres precisam acabar. A Coletiva Feminista Popular acredita no poder da mudança, principalmente quando nós, mulheres, nos unimos para lutar por nossos direitos. Merecemos segurança e, principalmente, liberdade para sermos e fazermos o que quisermos”.
Lembrando que o ato acontece nesta sexta-feira (12), a partir das 18h, na Praça da Inconfidência, e contará com oficina de confecção de cartazes e faixas, bicicletada na praça, apresentações artísticas e palco aberto. Participem!