Dyelle Menezes e Guilherme Pera, do Portal MEC
Ingressar no ensino superior está mais perto para quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com a nota alcançada no maior exame de acesso ao ensino superior do país, o estudante pode entrar em uma universidade pública, participar de programas de bolsas e financiamento estudantil em instituições privadas e até ir estudar em Portugal.
Os resultados individuais no exame podem ser usados nos processos seletivos de 47 instituições de ensino superior portuguesas, que definem as regras e os pesos das notas, no chamado Enem Portugal.
Foi com essa iniciativa que Júlia Guimarães passou a ser uma das estudantes de Engenharia Química na Universidade de Coimbra. “Quando soube do ingresso em universidades portuguesas pelo Enem, eu fiquei encantada e fui atrás de mais informações”, afirma a estudante de 21 anos.
No 5º semestre do curso, Júlia destaca que a experiência é muito enriquecedora. “Além de ter um currículo reconhecido, há muitos eventos, palestras e programas que a universidade proporciona em várias áreas. Também há facilidades para buscar estágio”, acrescenta.
Os convênios são firmados pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). “Toda a oportunidade que a gente possa dar ao estudante brasileiro, dele se abrir para o mundo, buscar conhecimentos novos, é enriquecedora, e este é um trabalho muito importante para o Inep”, afirma o presidente do Inep, Alexandre Lopes.
Vale lembrar aos interessados que a revalidação de diplomas e o exercício profissional no Brasil dos estudantes formados em Portugal estão sujeitos à legislação brasileira. As instituições de Portugal são responsáveis por comunicar as regras aos candidatos.
Saiba quais são os programas em que o estudante pode usar a nota do Enem:
Sistema de Seleção Unificada (Sisu)
O estudante que participou do Enem de 2019 e quer estudar em uma universidade federal pode realizar a inscrição no Sisu no primeiro semestre de 2020. Para concorrer a uma vaga pelo programa, é preciso ter obtido uma nota acima de zero na redação.
Ao efetuar a inscrição, o candidato deve escolher até duas opções de cursos ofertados pelas instituições participantes. Ao final, o sistema seleciona os mais bem classificados em cada curso, de acordo com as notas no Enem e eventuais ponderações, como pesos atribuídos às notas ou bônus. Caso o desempenho do candidato permita o ingresso nos dois cursos, prevalecerá a primeira opção, com apenas uma chamada para matrícula.
Programa Universidade Para Todos (ProUni)
O estudante que estiver de olho em instituições privadas de ensino superior pode concorrer a bolsas integrais (100%) e parciais (50%) por meio do ProUni. Para se inscrever na iniciativa, o estudante que participou de alguma edição do Enem desde 2010 deve ter obtido média de ao menos 450 pontos e não terzerado a redação.
Para bolsas parciais, a renda familiar bruta mensal do candidato deverá ser de até três salários mínimos por pessoa. Já o benefício integral, exige que o ganho seja de até um salário mínimo e meio por pessoa. As bolsas são dadas em cima dos valores cobrados na mensalidade de instituições de ensino privadas.
O Enem também pode ajudar os estudantes a realizar o sonho de estudar no exterior.
Ingresso direto
Para realizar o ingresso direto em uma faculdade particular, o estudante não precisa realizar provas nem pagar taxas, apenas se inscrever no site ou diretamente na instituição de interesse e aguardar o resultado da seleção. Para participar, é necessário que o estudante tenha feito alguma edição do Enem desde 2010 sem zerar nenhuma das provas.
A estudante do 2º semestre de psicologia, Amanda Alves, 24 anos, disse que esse era um dos focos de seus estudos e que o processo é muito simples. “Encaminhei a minha nota para a instituição e já tive resposta na hora. Consegui uma bolsa de 30% em razão do meu desempenho. O desconto é muito importante para me manter no curso”, afirma.
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
Com a nota do Enem, o candidato também pode concorrer a uma vaga pelo Fies. O programa está dividido em duas modalidades: juros zero a quem mais precisa (renda familiar de até três salários mínimos por pessoa) e escala de financiamento que varia conforme a renda familiar do candidato.
Para participar, as regras são as mesmas do ProUni: o candidato que participou de qualquer edição do Enem desde 2010 precisa ter desempenho de pelo menos 450 pontos média nas provas e não zerar a redação.
A outra modalidade, o Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies), é para alunos com renda per capita mensal familiar de até cinco salários mínimos. Nesse caso, o programa funciona com recursos dos Fundos Constitucionais e de bancos privados participantes.