Na tarde de hoje (24), a Câmara Municipal aprovou uma indicação legislativa de autoria do vereador Domingos Protetor a qual solicita a criação de um Centro de Referência em Tratamento de Esporotricose em Animais no município de Petrópolis.
O texto aprovado explica que a esporotricose é causada por um fungo e progride durante quatro fases distintas: a cutânea localizada, quando há lesões nodulares avermelhadas na pele do animal; a cutânea linfática, que forma úlceras na pele e atinge o sistema linfático; passando pela fase cutânea disseminada, quando atinge um estado tão grave que todo o organismo do animal fica afetado; e, por fim, a fase extra-cutânea, quando as úlceras de pele tornam-se cada vez maiores, acometendo outros sistemas como articulações, ossos e pulmões. “É uma doença terrível, que pode acometer diversas espécies de animais, incluindo cães e gatos. Além disso, já foi descrita em equinos, bovinos, suínos, camelos e primatas. É também uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para humanos”, pontua Domingos.
O vereador explica, ainda, que os gatos são mais suscetíveis à infecção, com evolução da doença para a forma mais grave, e que podem disseminá-la para os seres humanos por razão da grande quantidade do fungo transmissor encontrada nas lesões destes animais e, principalmente, nas unhas e na cavidade oral. Já em cães e equinos, é raramente encontrada.
Atualmente, Petrópolis possui inúmeros casos de animais contaminados com o fungo da esporotricose e não conta com nenhum centro de referência no tratamento desta doença. “Por isso, tal indicação vem para sanar essa demanda do município, criando um centro especializado na prevenção e no tratamento desta enfermidade”, justifica o vereador.
A análise e o tratamento da esporotricose são feitos pelo veterinário, que avalia o histórico do animal e se o mesmo tem acesso livre a ambientes externos. “Porém, somente exames de citologia, cultura de fungos ou biópsias das lesões podem concluir o diagnóstico”, comenta o parlamentar.
O processo é demorado, podendo levar alguns meses para que o animal esteja curado. Além disso, a administração dos remédios deve continuar entre três a quatro semanas mesmo após a cura aparente. “É importante ressaltar que o tratamento deve ser realizado apenas com acompanhamento do médico veterinário, ainda mais nos casos de esporotricose em gatos, pois eles são sensíveis a diversos medicamentos. A avaliação, prescrição e dosagem devem ser realizadas por um profissional”, reitera Domingos Protetor.
A proposta segue para análise do prefeito Rubens Bomtempo.