Covid-19: Rio anuncia megatestagem da população e não fecha comércio

Um técnico monta kits de teste de coronavírus nas instalações de fabricação da Evolve, onde fabricarão ventiladores, em Fremont, Califórnia, EUA, em 26 de março de 2020. Foto tirada em 26 de março de 2020.

 Por Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, descartou o fechamento do comércio como medida para frear o aumento de contaminação pela covid-19 e anunciou que fará uma testagem maciça na população. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (24), durante entrevista coletiva no Palácio Guanabara, após reunião com prefeitos e autoridades em saúde.

“Em um primeiro momento, não há nenhuma hipótese de retornarmos na questão da flexibilização. Ou seja, não fecharemos nada neste momento. Nossa ação é de conscientização. Fizemos um compromisso público no estado, para aumentar as regras de higiene e toda a questão preventiva. Isso terá duração de 15 dias, quando se fará uma nova avaliação”, afirmou Castro.

Segundo o governador, não está claro se o estado do Rio atravessa um segunda onda de contaminação por coronavírus, ou se o aumento do número de casos da doença é resultado das eleições, que provocaram muita aglomeração nas ruas.

“Não podemos ser irresponsáveis e colocar o Rio de Janeiro em uma segunda onda. Tivemos uma grande flexibilização e tivemos também a questão das eleições municipais, que podem ter sido preponderantes para esse aumento [de contágio] que vivemos aqui. Temos que ter muita calma, muita responsabilidade – o estado está fazendo sua parte”, frisou o governador.

Castro anunciou a abertura de novos leitos hospitalares e a testagem em larga escala da população, em locais que serão anunciados em breve. “Será uma testagem em massa. Faremos um grande programa de testagem, com o auxílio dos municípios e do governo federal.” Ele disse que, em mais 48 horas, anunciará os locais onde será feito o diagnóstico precoce nas pessoas, por exame PCR e imagem. “Atendendo precocemente, diminuiremos a necessidade da internação e utilização de leitos em UPAs [unidades de pronto atendimento] e hospitais”, disse Castro.

Aglomerações

O governador foi questionado sobre eventos culturais que têm provocado grandes aglomerações, com milhares de jovens em festas pela cidade, como ocorreu no último fim de semana. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros fiscalizará esses eventos.

Castro frisou que o Rio de Janeiro é uma cidade turística e que há preocupação em não se fazer alarme sobre uma possível segunda onda de contaminação.

“Este fim de ano é importantíssimo para o turismo, para a economia, hotéis, bares, restaurantes. Então estamos procurando ter um grau de responsabilidade enorme, porque o Rio de Janeiro é uma cidade com esta vocação de turismo e serviços. E me preocupa fazer um alarme, sem que se tenha certeza de que poderia ser uma segunda onda [de contaminações]. Esperamos que não seja, mas estaremos devidamente preparados, caso seja”, afirmou Castro.

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