O Dia Mundial da Síndrome de Down (SD), em 21 de março, celebra a vida das pessoas com essa condição e promove a igualdade de oportunidades. Reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012, a data simboliza a trissomia do 21º cromossomo, a causa da síndrome.
Em Petrópolis, uma iniciativa especial está sendo lançada nesta data para marcar esta ocasião significativa. Trata-se da produção de um curta-metragem, roteirizado e dirigido por Rodolfo Medeiros, que traz à tona reflexões sobre autonomia e inclusão das pessoas com síndrome de Down e questiona o papel da sociedade no sentido de garantir que elas tenham o direito de tomar suas próprias decisões e viver suas vidas com mais liberdade, independentemente de suas características.
O projeto “Marcação Cerrada” foi contemplado por meio da Lei Federal Paulo Gustavo de incentivo à cultura e mergulha na jornada de quatro amigos com síndrome de Down, que, apesar de terem atingido a maioridade, ainda enfrentam uma superproteção por parte de suas famílias.
O filme mostra a determinação de um dos amigos em realizar um sonho simples, mas significativo: assistir a uma partida de futebol no lendário estádio do Maracanã. No entanto, os seus pais não permitem que ele saia de casa sozinho. Assim, os quatro jovens decidem embarcar em uma jornada desafiadora para alcançar o estádio, enfrentando uma série de obstáculos e adversidades no caminho.
Para Rodolfo Medeiros, que possui uma trajetória de mais de duas décadas dedicadas à área de educação inclusiva, este projeto cinematográfico é de grande importância para a sociedade, pois lança luz sobre a necessidade urgente de garantir o direito à autonomia e independência das pessoas com síndrome de Down.
“O projeto ‘Marcação Cerrada’ combate estereótipos e preconceitos, demonstrando que esses indivíduos são capazes de superar desafios e viver de forma mais independente quando lhes são dadas a oportunidade. Além disso, o filme inspira uma reflexão profunda sobre a importância de permitir que todos os membros da sociedade persigam suas paixões e sonhos, independentemente de suas condições”, enfatiza o diretor petropolitano.
O filme, protagonizado por artistas com síndrome de Down, será filmado em locações em Petrópolis e no Rio de Janeiro e contará com um elenco de apoio composto por atores com deficiência (PcD). Para a exibição do curta-metragem, estão sendo planejadas dez sessões seguidas de debates com o diretor, elenco e especialistas, em local previamente anunciado pela produção.
Sobre Rodolfo Medeiros
Rodolfo de Jesus Medeiros (Foco Produções) é ator, diretor, produtor e professor de teatro, formado pela Escola Le Monde de Teatro. Atualmente, atua como diretor e professor de interpretação do Curso Técnico em Teatro do Instituto Técnico do Brasil (ITB), além de ser diretor artístico do INADH – Instituto Nacional do Desenvolvimento Humano. Como idealizador e produtor do FEESPE, ele promove o talento local e nacional. Sua carreira inclui a direção de documentários, curtas e longas-metragens, e a participação da produção de uma minissérie para a Multishow. Recebeu diversos prêmios, incluindo reconhecimento por seu compromisso com a inclusão. Com vasta experiência nesta área, ele dirige a Cia. Somos 21, composta por atores com Síndrome de Down.
Sobre a Síndrome de Down
A Síndrome de Down (SD) constitui uma variação genética que acompanha a trajetória da espécie humana desde suas origens. Ela se destaca como a principal causa identificada de deficiência intelectual, abarcando cerca de 25% de todos os casos de atraso cognitivo, uma característica inerente a todos os indivíduos portadores da síndrome.
No Brasil, estima-se que ocorra em aproximadamente 1 em cada 700 nascimentos, resultando em uma comunidade de cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down, segundo o IBGE.
Importante ressaltar que a SD não se classifica como uma enfermidade, mas sim como uma condição genética presente no indivíduo. No entanto, está associada a algumas preocupações de saúde que requerem atenção desde o momento do nascimento da criança.