Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil* – Brasília
O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo após os Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos aumentarem os juros básicos. A bolsa de valores acompanhou os mercados internacionais e fechou em forte alta, apesar da queda nos papéis da Petrobras.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (17) vendido a R$ 5,034, com recuo de R$ 0,059 (-1,16%). A cotação chegou a operar em leve alta durante a manhã, mas consolidou a queda a partir das 11h30, até fechar próxima das mínimas do dia.
Nos últimos dois dias, a moeda norte-americana acumula queda de R$ 0,11. Na terça-feira (15), a divisa tinha fechado em R$ 5,15 em meio à correção de preço das commodities (bens primários com cotação internacional). As expectativas quanto às reuniões do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro também tinham criado instabilidade no início da semana.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo otimismo. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.076 pontos, com alta de 1,77%. Influenciado pelo maior apetite internacional ao risco, o indicador retomou os níveis de uma semana atrás, quanto também estava na faixa dos 113 mil pontos.
A decisão do Fed de aumentar os juros básicos nos Estados Unidos em apenas 0,25 ponto percentual trouxe alívio global. Parte dos investidores temia que a alta da inflação nos Estados Unidos, no maior nível em 40 anos, e os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia fizessem a autoridade monetária norte-americana optar por um reajuste de 0,5 ponto. Um reajuste maior que o esperado estimularia a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
No Brasil, o mercado repercutiu a alta de 1 ponto percentual na taxa Selic (juros básicos da economia). O Copom elevou a taxa para 11,75%, em linha com as previsões de mercado e indicou que pretende aumentar a Selic na mesma magnitude na próxima reunião, em maio.
Na bolsa de valores, o desempenho do mercado externo compensou a queda nas ações da Petrobras, os papéis mais negociados no Ibovespa. As ações ordinárias (com direito a voto em assembleia de acionista) caíram 2,7% e os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 2,47% em meio a tensões sobre a manutenção da política de preços dos combustíveis praticada pela estatal.
* Com informações da Reuters