Filme produzido por alunos da rede pública do Rio vence festival

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

O curta-metragem Inspirações, produzido por alunos da Escola Municipal Adalgisa Nery, situada em Santa Cruz, zona oeste do Rio, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, foi o vencedor da mostra Júri Popular do 3° Festival de Cinema Curta Caicó, no Rio Grande do Norte. O filme foi dirigido e protagonizado pela aluna Ariany de Souza e mostra o racismo como um dos obstáculos na vida dos jovens negros que moram na periferia.

Ariany considerou o prêmio o reconhecimento do esforço, concentração e foco no trabalho. “O filme mostrou que todo mundo pode realizar seu sonho”, disse a jovem, moradora também da zona oeste da capital fluminense. Ela própria escreveu as músicas e poesias do filme.

O Festival de Caicó exibiu 115 filmes, divididos em quatro mostras competitivas e seis paralelas. Os vencedores foram escolhidos por votação online. O professor Ygor Lioi, coordenador do #CinEscola, com a parceria dos cineastas Nathalia Sarro e André da Costa Pinto, afirmou que é “gratificante saber que a educação pública municipal pode ser um caminho para a transformação social por meio da arte”. Lioi acrescentou que o prêmio “é dedicado aos alunos que foram guerreiros, se empoderaram e hoje são visíveis”.

FestTaguá

A expectativa dos estudantes e do professor Ygor Lioi é que o curta Inspirações, fruto do projeto #CinEscola, poderá ser premiado mais uma vez. Ele está na disputa das mostras Competitiva e Seleção Popular do 15º Festival Taguatinga de Cinema (FestTaguá2020), no Distrito Federal, cujo resultado será divulgado no fim deste mês.

Segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação, no início do ano passado, o professor de história decidiu criar uma matéria eletiva para ensinar os alunos do 9º ano da Escola Municipal Adalgisa Nery os primeiros passos de uma produção audiovisual.

Além de Inspirações, os alunos produziram mais dois curtas. Um deles é Para todes, que fala da necessidade de se romper os muros visíveis e invisíveis para possibilitar que pessoas com necessidades especiais, LGBT’s, mulheres, entre outros grupos, participem de partidas de futebol; o outro filme é Ainda somos os mesmos, que questiona os pais dos jovens sobre quais eram seus sonhos na infância e como eles veem o mundo atualmente. 

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