França tornará uso de máscaras obrigatório em Paris

Uma mulher usando uma máscara protetora caminha perto do Arco do Triunfo enquanto a França enfrenta um surto de doença por coronavírus (COVID-19), em Paris

Por Elizabeth Pineau e Sudip Kar-Gupta – Repórteres da Reuters – Paris

A França vai determinar o uso obrigatório de máscaras em toda a área da capital Paris para conter o aumento de infecções pelo novo coronavírus, disse o primeiro-ministro, Jean Castex, nessa quinta-feira (27), alertando que o surto pode sair de controle se uma ação rápida não for adotada.

“O vírus está se disseminando por todo o país”, disse Castex em entrevista coletiva. “A disseminação da epidemia poderia se tornar exponencial se não agíssemos rapidamente.”

O número de reprodução de infecções “R” na França subiu para 1,4, disse Castex, o que significa que cada dez pessoas com o vírus infectarão outras 14. Um número R acima de um pode causar um crescimento exponencial.

A França tornou o uso de máscaras obrigatório em espaços públicos fechados, como lojas e bancos, em 21 de julho, e no início de agosto elas se tornaram obrigatórias em locais cheios, a céu aberto, da capital, como a Basílica de Sacré Coeur, em Montmartre.

O porta-voz da prefeitura de Paris disse que a decisão de ampliar a ordem para toda a cidade foi tomada pelo governo e que ainda não está claro quando entrará em vigor.

Castex, que supervisionou a saída do país do isolamento antes de ser indicado a premiê em julho, afirmou que a vida precisa continuar, mas que a França não baixará a guarda, já que conselheiros científicos alertam para uma segunda onda no outono, no Hemisfério Norte.

Licenças custeadas pelo Estado salvaram empregos e aumentaram os gastos dos consumidores durante o verão, incitando uma reação econômica que pode fazer a economia francesa contrair menos do que os 11% previstos, disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.

A França registrou 5.429 infecções diárias novas na quarta-feira (26), uma nova alta pós-isolamento, em um nível que não era visto desde o auge da pandemia, ocorrido no começo de abril.

As infecções estão disparando entre os jovens, disse Castex, que apelou aos avós a não buscarem os netos na escola quando o ano letivo começar,no dia 1º de setembro.

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