A relação entre humanidade e natureza tem se tornado cada vez mais evidente. Vivemos em uma cidade que testemunhou tragédias ambientais recentes. As chuvas de 2022, que resultaram em enchentes devastadoras e deslizamentos de terra, nos mostraram como a ação humana e o desequilíbrio ambiental podem levar a catástrofes. Num olhar mais amplo, nos deparamos com outros eventos extremos como incêndios florestais na Amazônia e secas prolongadas na região em várias regiões do Brasil, acontecimentos que se intensificam a cada ano. Além disso, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as atividades humanas são as principais responsáveis por esse aquecimento global.
Todos esses fenômenos vêm impactando diretamente na biodiversidade do planeta. A perda de habitats naturais e a fragmentação de ecossistemas têm levado ao declínio e extinção de várias espécies. A criação de corredores ecológicos e a restauração de áreas degradadas são ações urgentes e essenciais para proteger a nossa biodiversidade e manter os benefícios da natureza, como a polinização e o controle de pragas. Para encontrar soluções mais eficazes e duradouras para esses desafios, é fundamental valorizarmos o conhecimento tradicional dos povos indígenas e comunidades locais, que há gerações convivem em harmonia com a natureza e possuem um profundo entendimento dos ecossistemas.
Nesse contexto, tais povos, guardiões de vastas áreas de florestas e outros ecossistemas, possuem um conhecimento profundo sobre a natureza e suas dinâmicas. Estudos demonstram que as terras indígenas apresentam taxas de desmatamento significativamente menores em comparação com outras áreas. Ao respeitar os conhecimentos tradicionais e os direitos dos povos indígenas, podemos fortalecer a conservação da biodiversidade e promover a justiça ambiental. A participação cidadã também é fundamental para a construção de um futuro mais sustentável. Iniciativas como a criação de hortas comunitárias e a adoção de práticas de consumo consciente demonstram o poder da ação coletiva em promover a conservação ambiental.
A educação ambiental é a chave para construirmos um futuro mais sustentável. Ao conscientizar as pessoas sobre os desafios ambientais e incentivar a participação ativa na busca por soluções, podemos transformar a sociedade. É fundamental que todos nós, enquanto cidadãos, assumamos a responsabilidade de cuidar do meio ambiente e de promover práticas mais sustentáveis em nosso dia a dia. As escolas e universidades, como a UNIFASE/FMP, têm um papel fundamental nesse processo. É por isso que a nossa instituição organiza mais uma edição da Semana Científica, um espaço para discutir ideias e promover ações que visem a preservação do planeta.
Assim, a XXX Semana Científica da UNIFASE/FMP, com o tema “NA NATUREZA NUNCA ESTAMOS SÓS: COEXISTÊNCIA EM FOCO”, surge num momento oportuno para promover discussões sobre a coexistência harmoniosa entre o ser humano e o meio ambiente. Além de debater tragédias como as vividas por Petrópolis, o evento propõe uma reflexão sobre os diferentes saberes, incluindo aqueles advindos dos povos originários, que há séculos ensinam formas sustentáveis de coexistir com o ambiente. Ailton Krenak, pensador indígena brasileiro, ressalta que “O futuro é ancestral e a humanidade precisa aprender com ele a pisar suavemente na terra”, algo que foi negligenciado durante todos esses séculos de colonização e expansão das cidades sem considerar os próprios limites da Natureza.A programação da Semana Científica, que acontecerá de 5 a 8 de novembro de 2024, inclui rodas de conversa temáticas, mostra de trabalhos, espaços para debates e interação com a comunidade, além de um concurso de redação e desenho para os jovens. De forma geral, o evento estimula a comunidade a pensar em soluções práticas e criativas para evitar novas tragédias, fortalecendo a ideia de que ciência e responsabilidade ambiental andam lado a lado. As catástrofes recentes reforçam a necessidade de um olhar crítico sobre as ações humanas. Como diz John Muir: “Quando tentamos separar qualquer coisa, descobrimos que ela está ligada ao resto do universo”. Esperamos você na nossa XXX Semana Científica da UNIFASE/FMP. Saiba mais em: https://www.even3.com.br/scunifasefmp2024/