Oncologista do CTO alerta para importância da prevenção do câncer de intestino

Uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta para um aumento preocupante do número de casos de câncer de intestino até 2030. Atualmente, este é o terceiro tipo de câncer mais incidente na população brasileira, com média de 40 mil novos casos diagnosticados por ano, entre homens e mulheres. Até 2030, mantida essa tendência, a estimativa é de que o número aumente três vezes em homens e quase três vezes em mulheres.

De acordo com o Inca, 30% desses casos ocorrem devido a fatores comportamentais, como má alimentação, tabagismo e inatividade física. Na sexta-feira (4), é lembrado o Dia Mundial da Luta contra o Câncer e o Oncologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO) de Petrópolis, Julio Vieira de Melo, chama a atenção para a importância de prevenir a doença. No caso do câncer de intestino, que representa preocupação devido à estimativa de aumento de casos feita pelo Inca, ele explica que maus hábitos de vida somados à predisposição genética são fatores de alto risco para o desenvolvimento da doença.

“A gente sabe que grande parte dos tumores de intestino tem origem genética, algumas síndromes de polipose familiar e algumas síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch, podem ser fatores predisponentes. A dieta também está muito relacionada, como a baixa ingestão de fibras, alta ingestão de gordura, alimentos embutidos e muito processados estão associados ao aparecimento do tumor de cólon”, diz Julio.

O médico explica que esses tumores podem ser assintomáticos, mas existem alguns comportamentos que merecem atenção e podem indicar este tipo de câncer, como identificação de sangue nas fezes, emagrecimento, massa abdominal, dor abdominal e cólica, alteração do hábito intestinal, intercalando diarreia com constipação. “São sintomas vagos de outros problemas abdominais até mais simples como gastroenterite ou verminose que podem estar escondendo um tumor”, afirma o oncologista.

Para o diagnóstico precoce e a prevenção são indicados exames como a colonoscopia. “A Sociedade Brasileira de Coloproctologia recomenda que a primeira colonoscopia deve ser feita aos 50 anos, mas se o paciente tem algum caso na família, o interessante é que o exame seja feito mais precocemente, até 10 anos antes do primeiro caso na família. Sendo assim, se a pessoa da família teve o câncer aos 50 anos, o ideal é que o paciente faça a colonoscopia aos 40 anos”, alerta Julio, acrescentando que o mais importante é detectar a lesão pré-maligna e não deixar o aparecimento do câncer para depois tentar tratar. “Então, se você tem 50 anos e ainda não fez uma colonoscopia é válido fazer”.

De acordo com o médico do CTO, quando a doença é diagnosticada em estágio inicial, a taxa de cura é acima de 90%. Se tem a doença um pouco mais avançada, que já chegou nos lifonodos, a taxa de cura é entre 60 e 70%. E se o câncer já se tornou metastático, ou seja, teve a capacidade de sair do local primário e ir para um outro órgão, a taxa de cura é perto dos 5%. “Então a detecção precoce para o câncer de intestino é super importante para ter uma maior chance de cura”, conclui o oncologista.

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