Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, em 2021, foram diagnosticados mais de 66 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. Um ano antes, mais de 18 mil pessoas foram vítimas fatais da doença que, se diagnosticada precocemente, tem grandes chances de cura. Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção é que foi criada a campanha Outubro Rosa, com uma série de ações sobre a doença, que acomete mais as mulheres do que homens, mas que, apesar de mais rara, também há incidência no sexo masculino.
Neste ano, a campanha do Outubro Rosa no Centro de Terapia Oncológica (CTO) deixa a mensagem “Declare seu amor por você sempre”. A ideia é estimular a conscientização sobre a importância da prevenção ao câncer de mama.
Segundo a oncologista do CTO, Carla Ismael, a doença é a mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Por este motivo, a especialista destaca que as pacientes devem sempre estar atentas e fazer a mamografia anualmente, complementando com a ultrassom da mama e, quando solicitada pelo médico, realizar a ressonância. “A gente aconselha que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos de idade e, quando há casos na família, por exemplo, se algum parente teve o câncer de mama aos 45 anos, deve-se fazer a mamografia a partir dos 35 anos”, explica.
A oncologista destaca ainda que o autoexame não substitui os exames radiológicos, mas continua sendo importante. “As mulheres devem, sim, apalpar as mamas e, notando algum nódulo, devem buscar o especialista imediatamente”, afirma a médica. Ainda de acordo com a especialista, mulheres que menstruam devem fazer o autoexame dois dias após o fim da menstruação e, as mulheres que estão na menopausa, devem fazer pelo menos uma vez por mês.
Recentemente, ela contou que teve pacientes no consultório que detectaram o nódulo na mama por meio do autoexame, entre uma mamografia e outra. “E é sempre importante lembrar que quando mais cedo o câncer for diagnosticado, o tratamento é o mais simples possível, dependendo é feita apenas a cirurgia e a radioterapia e, às vezes, é preciso tomar um remédio por cinco ou dez anos”, afirma.
Quando a doença é mais agressiva ou está mais avançada, Carla explica que é feita a quimioterapia para diminuir o tumor e, posteriormente, é feita a cirurgia e o tratamento. “Quando o tumor já se apresenta como doença à distância, que a gente chama de metástase, a gente também trata e também tem bons resultados. Hoje em dia a gente tem muita coisa nova, aparecimento de imunoterapia, terapias aditivas à hormonioterapia. O câncer de mama é uma doença que a gente tem inúmeras linhas de tratamento, então nunca é para se desanimar, pois mesmo que seja um tumor diagnosticado avançado tem tratamento sim, tem como a pessoa levar uma vida normal e o mais importante é se falar da doença, não ter medo de procurar o médico, de diagnosticar”, destaca.
“Quem procura, cura”
A oncologista cita uma frase que é usada na campanha do Outubro Rosa, que é “Quem procura, cura” e reforça: “Então vamos procurar, fazendo o autoexame, fazendo a mamografia, falando sobre isso, não tendo medo de falar, vamos falar sobre o câncer, que hoje em dia é uma doença como outra qualquer, a gente trata e a paciente fica curada, não só da mama como de inúmeros outros tumores. Nós, do CTO, estamos há 40 anos nessa campanha, e continuamos incentivando as mulheres a não ter medo, a se examinar, a fazer o exame, a pedir o médico para prescrever a mamografia, a ultrassom. E a mensagem que a gente quer deixar com a campanha do Outubro Rosa neste ano é de otimismo para que tenhamos cada vez mais pessoas que conseguem detectar a doença no início, são tratadas e curadas”, conclui.