Petrópolis terá programação pela Semana da Memória, Verdade e Justiça

Entre os dias 1º e 8 de abril, Petrópolis se junta a uma série de eventos e ações para lembrar e refletir os 60 anos do golpe de 1964, com uma programação intensa que marca a Semana da Memória, Verdade e Justiça. Instituída pela lei municipal 7.398 de 2016, a semana terá atividades promovidas pelo Grupo Pró-Memorial (GPM) Casa da Morte, Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL) e Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) de Petrópolis, além de parceria com grupos do Estado do Rio de Janeiro que atuam em defesa da democracia.

A programação começa no dia 1º de abril, quando Petrópolis irá receber a caravana da Marcha da Democracia, que sairá do Rio às 8h e fará uma parada solidária na Casa do Alemão, no Quitandinha, onde vai entregar 60 kg de leite em pó para as vítimas das chuvas. A parada em Petrópolis também ocorre para lembrar a luta pela desapropriação da Casa da Morte, imóvel localizado no Caxambu, usado como centro clandestino de tortura durante a ditadura militar no Brasil e que teve uma única sobrevivente: Inês Etienne Romeu. 

Acompanhando a caravana, os jovens do CDDH apresentarão uma breve performance antes da saída do ônibus, prevista para 10h. A caravana irá passar por Levy Gasparian, onde também fará uma parada, e depois seguirá para Juiz de Fora para o ato solene, previsto para ocorrer às 16h, na Praça Antônio Carlos.

Também no dia 1º de abril será aberta ao público a exposição: “Ditadura Civil-Militar no Brasil”, no CDDH de Petrópolis. A mostra poderá ser visitada até o dia 7 de abril, das 9h às 18h. O CDDH fica na Rua Monsenhor Bacelar, nº 400, Centro.

As atividades da Semana da Memória, Verdade e Justiça seguem no dia 2 de abril, com a Roda de Conversa “Lembrar é Resistir”, no CAALL. O evento terá mediação de Álvaro Penalva e contará com a presença de Eliana Rocha, Rafane Paixão, Marcus São Thiago e Roberto Schiffler. Na ocasião, serão apresentados temas como o papel das empresas durante a ditadura, a memória nos arquivos da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, a desapropriação da Casa da Morte e a importância da Comissão da Verdade de Petrópolis, que pesquisou os crimes cometidos pela ditadura militar na cidade entre os anos de 2016 e 2018. 

No mesmo dia, será aberta ao público no CAALL a exposição “Cartas para a democracia”, com cartas trocadas por Alceu Amoroso Lima e personalidades do Brasil e do mundo em defesa da democracia. A exposição poderá ser visitada até o dia 3 de maio, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. A roda de conversa e a exposição darão início a segunda edição do Projeto “2024: Valores da Democracia Hoje”. Através de filmes, lançamentos de livros, debates e exposições itinerantes, o projeto percorrerá escolas, universidades e instituições para debater o tema.

No dia 3 de abril, Rafane Paixão e Samantha Quadrat, historiadoras e representantes do GPM Casa da Morte, participarão da mesa “Lugares de Memória”, no Seminário sobre os 60 anos do Golpe, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. A atividade contará ainda com a participação de especialistas como Deborah Neves, representando a Unifesp e o GT Memorial DOI-Codi SP, e Marta Cisterna, da Casa Domingos Cañas, em Santiago, no  Chile. O seminário será no Auditório do Bloco O da UFF, 2º andar do Gragoatá. O endereço é Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, São Domingos – Niterói.

Já na quinta (4) haverá um Cine-debate na sede do CDDH, com a exibição do filme “Retratos de Identificação” (2014), às 18h. No sábado (6) irá ocorrer o ato “Lembrar é resistir”, com caminhada até a Casa da Morte. A concentração está marcada para às 10h na Praça da Inconfidência.

Encerrando a programação da Semana da Memória, na segunda, dia 8, haverá o círculo de leitura sobre “Paulo Freire e o Exílio”, das 18h às 19h30, na sala de Cinema Humberto Mauro, no Centro de Cultura Raul de Leoni.

Para mais informações, acompanhe a página do Grupo Pró-Memorial Casa da Morte no Instagram (@gpmcasadamorte). 

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