Um destino à altura da imponência do prédio construído no século XIX está prestes a ser tornar realidade. A antiga fábrica de tecidos e algodão São Pedro de Alcântara, inaugurada em 1871, a primeira grande indústria de Petrópolis, passa por revitalização de seu conjunto de prédios. O objetivo é transformar a área de 16.000 m² em um espaço voltado às artes, gastronomia e cultura. O projeto foi apresentado nesta terça-feira a representantes de entidades como o Petrópolis Convention & Visitors Bureau a convite da AssociEventos, que organizou junto aos proprietários do empreendimento uma visita técnica ao espaço.
“É um dos mais importantes passos em preservação e resgate da história da cidade nos últimos 30 anos”, classifica o presidente do Petrópolis Convention, Fabiano Barros. Ter um prédio desta magnitude, restaurado e podendo ser usado como espaço cultural é um presente para a cidade”, completa.
A visita foi conduzida pelos empresários Leonardo Simas e Bruno Wendling. Como petropolitanos, eles demonstram todo entusiasmo em trazer de volta ao cenário o belo prédio e ainda dividi-lo com moradores e turistas com uma atividade tão nobre quando foi a dos operários que ajudaram a construir a economia da cidade.
“Estamos felizes com o desafio de recuperar o imóvel que terá potencial para dinamizar a economia do Centro Histórico devolvendo ao petropolitano um importante patrimônio arquitetônico”, classifica Leonardo Simas. “Pela primeira vez em sua história de 151 anos, o prédio pertence a petropolitanos, o que traz envolvimento e uma responsabilidade maior para nós”, completa Bruno Wendling. Eles ressaltam que o morador da cidade já aprecia algumas ações realizadas como a iluminação externa que passa por ajustes finais.
Para o setor de eventos, o empreendimento traz um revigorante entusiasmo. “Estamos no Centro Histórico numa cidade que tem seu potencial de visitação muito em função da sua história e de sua cultura e ter um prédio preservado e funcionando para eventos diferenciados focado nesta áurea cultural da cidade é um alavancar imenso para todos”, afirma Rodrigo Paiva, presidente da AssociEventos.
Imponente prédio construído no século XIX, a São Pedro de Alcântara é um conjunto formado por diversos edifícios construídos em épocas diferentes, interligados. O espaço foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em 1992 e seguiu funcionando com a atividade original até 1998.
“A São Pedro de Alcântara marcou nossa história como propulsora da potência industrial de Petrópolis e agora ela vai a potência cultural da cidade. É um marco para o turismo da cidade e vai ser fundamental para dar a efervescência dos eventos culturais que Petrópolis vem resgatando”, observa o presidente do Petrópolis Convention, Fabiano Barros.
Participaram da visita os secretários de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Soares, e de Turismo, Silvia Guedon e a diretora da Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, Andréa Altino, a convite do PC&VB, além de empresários do setor de comércio e eventos.
Revitalização ‘devolve’ o prédio à cidade, resgata a história e faz a memória agir junto ao presente
A revitalização ‘devolve’ o prédio à cidade e resgata características de quando a fábrica foi instalada: de vanguarda. A Imperial Fábrica de Tecidos São Pedro de Alcântara, que chegou a ter mais de 500 operários, funcionou ao longo de mais de 100 anos usando modernidade e tecnologia. A primeira delas foi a utilização da força hidráulica. Um açude poucos metros antes do prédio desviava a água do Rio Quitandinha por um canal dentro da fábrica. Como a rua é em declive se formava uma queda d’água que movimentava uma turbina e produzia energia para abastecer todos os maquinários do local, um avanço tecnológico de ponta na época. Depois, a fábrica foi atualizando a forma de operação usando vapor, óleo combustível e até chegar à energia elétrica.
A São Pedro de Alcântara, uma construção com características de arquitetura inglesa, ainda que tenha sido inaugurada em 1871, preserva em sua fachada a inscrição indicando o ano de 1888. Mas, esta data marca uma reinauguração após a indústria ter ficado fechada para obras por um ano em consequência de um incêndio.
O prédio chama a atenção dos turistas que chegam à cidade pelo Quitandinha e mesmo ainda fechada à visitação atrai os visitantes para fotos, além de profissionais de arquitetura e estudantes da área em pesquisas sobre a construção.