Taxa de ocupação de leitos de UTI no RJ fica em 85%

O chefe do médico da UTI, Everton Padilha Gomes, examina uma radiografia de tórax de um paciente em um hospital de campo criado para tratar pacientes que sofrem da doença por coronavírus (COVID-19) em Guarulhos, São Paulo

Por Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro esclareceu hoje (25) a razão da queda no número de leitos de UTI no estado. Segundo o órgão, o fechamento de vagas exclusivas para pacientes de covid-19 na rede privada e o pico de casos são os responsáveis pela alta taxa de ocupação registrada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

De acordo com a SES, a queda temporária no número de casos de covid-19 foi responsável pela desativação de 380 leitos – que passaram a ser disponibilizados para pacientes em geral.

A SES informa ainda que já está prevista a mobilização de 214 leitos em diversos hospitais do estado, o que deve ajudar a estabilizar a taxa de ocupação.

Na rede pública, o aumento das vagas será realizado conforme a necessidade de atendimento e aumento dos casos. A SES afirmou que o município do Rio de Janeiro tem potencial de crescimento de 123 leitos de UTI e de 292 unidades de enfermarias. Com isso, a capital chegaria ao total de 394 leitos de UTI e 922 de enfermaria.

Taxa de ocupação

A taxa de ocupação de hoje (25) em todas as unidades da rede estadual de saúde do estado do Rio de Janeiro está em 85% dos leitos de UTI e em 47% em leitos de enfermaria. Segundo a SES, no total, 229 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência na rede pública para leitos de internação. Entre esses pacientes, 114 são para enfermaria e 115 para UTI, que podem ser regulados para diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal.

Já no município do Rio de Janeiro, a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, é de 91% e de 69% nos leitos de enfermaria. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a rede municipal possui 901 leitos para covid-19. Destes, 271 são de UTI.

Outras doenças

O órgão reconheceu que houve uma alta de 20% nos atendimentos na rede básica municipal, especialmente de pessoas que apresentam síndrome gripal e viroses respiratórias. O diagnóstico de covid-19 é feito em paralelo a uma avaliação pulmonar feita com auxílio de tomógrafos.

Para a prefeitura, os 27 equipamentos deste tipo – espalhados em diversos bairros da capital – garantem diagnósticos mais rápidos e tratamento preventivo para evitar o agravamento e a ocupação por mais tempo dos leitos. A orientação é que pessoas com suspeita da doença procurem primeiramente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Além disso, a administração municipal garantiu que há equipamentos novos em algumas unidades da rede pública, inclusive com a possibilidade de empréstimo de equipamentos para municípios vizinhos. A Prefeitura do Rio, no entanto, lembrou que é necessário ter profissionais de saúde para operar as máquinas e há, ainda, necessidade de medicamentos.

As duas medidas já foram encaminhadas aos governos federal e estadual. Segundo a SES, já está em andamento o processo de contratação de médicos para reforçar o atendimento aos pacientes de Covid-19.

Eventos públicos

A Vigilância Sanitária do município do Rio de Janeiro informou que os organizadores de eventos podem ser punidos com a cassação de licença de funcionamento se as medidas para prevenir a contaminação pela covid-19 não forem cumpridas. Fiscais do estado registraram diversos eventos públicos onde as medidas não foram respeitadas.

Multas de até R$ 13 mil e cassação de licenças podem ser aplicadas para quem desobedecer. De acordo com a Prefeitura do Rio, os organizadores pedem aos órgãos municipais a permissão de realizar eventos com no máximo de até 500 pessoas e na hora acabam recebendo até 4 mil pessoas. Conforme a administração municipal, não será mais aceito o argumento dos organizadores de que não podem impedir a entrada de frequentadores que em muitos casos chegam de longe.

A fiscalização aos locais com aglomeração vai contar agora com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que poderá encaminhar para a delegacia quem não cumprir as regras.

A Vigilância reforçou a necessidade do uso de máscara e de higiene das mãos com água sabão e álcool em gel.

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