UFRJ recomenda isolamento total no estado do Rio por causa da Covid-19

coronavírus,COVID-19, Rio de Janeiro, isolamento social,A cantora de ópera Fernanda Schleder canta na varanda para pessoas em quarentena durante o surto de doença por coronavírus (COVID-19), no Rio de Janeiro, Brasil, em 5 de abril de 2020

Por Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendou o isolamento total no estado do Rio, também conhecido como lockdown. Um ofício neste sentido foi enviado, nesta sexta-feira (8), ao Ministério Público (MP). O documento é assinado pela reitoria da UFRJ, que consultou o grupo de trabalho multidisciplinar sobre a covid-19, do qual participam dezenas de cientistas da universidade.

Segundo nota divulgada pela assessoria da UFRJ, na última quarta-feira (6), o Ministério Público solicitou informações sobre estudos para suporte aos gestores públicos na tomada de decisão quanto a medidas mais rígidas de isolamento social. Pedido semelhante de lockdown já havia sido feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Entre as justificativas que embasaram a recomendação estão experiências internacionais e projeções modeladas nos grupos científicos da UFRJ que alertam sobre a possibilidade de colapso no sistema de saúde, dentro de pouco tempo, provocado pelo aumento de casos de covid-19. Pelas projeções, o mês de maio será o mais crítico em relação à incidência da doença.

Além disso, a redução da mobilidade urbana nos transportes públicos da região metropolitana do Rio sequer atingiu 50%, o que é considerado insuficiente para o controle da curva de crescimento da covid-19.

A universidade considerou que o lockdown deve ocorrer junto a condições de abastecimento de gêneros alimentícios e medicamentos, segurança, serviços de entrega em domicílio e autorização de circulação com autodeclaração e com obrigatoriedade do uso de máscaras.

De acordo com os especialistas da UFRJ, é preciso observar 11 pontos para que a medida tenha os efeitos desejados. Entre esses pontos, estão a distribuição de produtos de higiene e de alimentos com ajuda de lideranças comunitárias, a centralização na esfera estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) do comando dos sistemas de saúde público e privado, a transferência de renda para a população, o acesso às condições mínimas de segurança alimentar e a garantia de auxílio de crédito a empresas para capital de giro a baixo custo.

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