Vereadores denunciam, após vistoria, que prédio no Quitandinha onde vivem 10 famílias que recebem o aluguel social é “inabitável”

Um denúncia recebida na Câmara Municipal de Petrópolis levou os vereadores Fred Procópío, Hingo Hammes e Domingos Protetor a um prédio de três andares na Rua Pernambuco, no Quitandinha, na tarde da última quarta-feira (5). Em vistoria no local, os parlamentares encontraram uma situação preocupante: a construção, que tem 14 apartamentos, tem infiltrações por todos os lados, mofo, problemas no telhado e até na rede interna de esgoto, que vaza pelos ralos dos corredores. As 10 famílias que vivem no local – um total de 33 pessoas, incluindo muitas crianças e idosos – querem sair do prédio. Eles temem que o risco no local seja tão grande quanto nas áreas de onde foram retirados em função das chuvas do início do ano.

Aos 36 anos, Ana Carolina Melo Guimarães se emociona ao falar do medo das famílias. “Tenho medo de morrer aqui. Nós não nos sentimos seguros. Quando chove, a água entra e escorre pelas paredes. Parece uma cachoeira. Em alguns apartamentos a água desce pelos buracos das lâmpadas. Há problemas na rede elétrica e o esgoto sai pelo ralo, inclusive nos andares mais altos. O cheiro fica insuportável. Os apartamentos têm uma única janela e todos têm muito mofo. As paredes e até o teto ficam pretos. Já chamamos a Defesa Civil, mas não conseguimos o laudo. Isso aqui não é vida. Nos tiraram da barreira para trazer a gente para morrer debaixo de concreto”, criticou, chorando.

No local, os relatos de todos os moradores são semelhantes. Dizem que, logo que entraram no prédio, identificaram vários problemas, mas nem o proprietário nem a Prefeitura dão solução. “São R$ 1 mil de aluguel por mês, pagos pelo governo, com o aluguel social. Não é um valor baixo. Chama atenção que o poder público esteja pagando esse valor por imóveis em condições tão ruins. Nunca tinha visto famílias pedindo ajuda para sair de moradias. Vamos solicitar o laudo da Defesa Civil e requerer uma nova vistoria técnica. Alguém vai dizer que o prédio é habitável? Também vamos cobrar informações técnicas sobre a construção: houve acompanhamento técnico? O imóvel tem habite-se? O município precisa intervir, com máxima urgência, e não vamos medir esforços para isso”, afirmou o vereador Fred Procópio.

Presidente da Câmara Municipal classificou a situação como inaceitável. “Estamos falando de pessoas que chegaram até aqui com inúmeros traumas. Perderam suas casas e, em muitos casos, familiares e amigos. Não podemos admitir que sejam colocados em um imóvel que mais parece um depósito de pessoas, sem o mínimo de dignidade. O proprietário deste prédio está recebendo o aluguel social e vendo o drama das famílias, mas não está sequer tentando resolver os problemas que estão sendo apontados. O programa de Aluguel Social veio para oferecer segurança às famílias em um momento de necessidade emergencial, de maneira temporária, até que se tenha uma solução definitiva de moradia. Que segurança essas famílias têm neste momento? O que vimos foram pessoas desesperadas, sem esperança. Não podemos aceitar. É desumano!”, criticou.

O vereador Domingos Protetor destacou a situação que presenciou. “São imóveis de três cômodos e uma única janela. O cheiro é horrível. Não consigo nem descrever a situação que testemunhamos. É difícil até respirar. É vergonhoso! Eles têm direito a moradia decente! A respeito! A dignidade! Vi um senhor de mais de 70 anos chorando por estar vivendo naquelas condições insalubres. Estou realmente revoltado! Precisamos de uma solução urgente!”, afirmou.

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