A desapropriação da área onde existe a rampa de voo do Parque São Vicente pode abrir caminho para que Petrópolis sedie, já no início de 2020, uma das etapas do Campeonato Estadual de Voo Livre. Segundo informações do Petrópolis Voo Clube (PVC), que tem a concessão do espaço, juntamente com a Associação de Parapente de Petrópolis (APP), esta deverá ser a primeira competição realizada no local após as mudanças administrativas, realizadas há quatro meses. Depois disso, o grupo seguirá trabalhando para colocar em prática a primeira etapa do processo de mudanças no local, que devem começar com instalação de cercas para controle da entrada na rampa de decolagem.
Presidente do Petrópolis Voo Clube, Claudio Leal explica que a desapropriação garante a manutenção da rampa de voo do Parque São Vicente, que tem 42 anos de uso. “Essa luta começou ainda na década de 80”, explicou, lembrando que ela foi uma das primeiras pistas do Brasil. “O voo livre começou a ser praticado no país em 1974, quando o primeiro piloto brasileiro, Luiz Cláudio A. Mattos, decolou do Pico ao lado da Pedra Bonita no Rio de Janeiro. Fui aluno dele e, em outubro de 1977 fiz o primeiro voo em Petrópolis, saltando do morro Caminho do Céu, em Nogueira. Em novembro daquele mesmo ano fiz o primeiro voo da rampa do Parque São Vicente. Era um local de difícil acesso. Tive que roçar e abrir um espaço para montar as asas”, relembrou.
O vereador Hingo Hammes, que foi um dos grandes incentivadores do processo de desapropriação, explicou que a maior preocupação era com o futuro da rampa. “Como tratava-se de área particular (eram seis os lotes), não havia garantias de manutenção da pista. Agora o espaço é público, concedido às entidades que representam o voo livre, em conjunto com a associação e moradores da região. Essa mudança abre caminho para uma série de melhorias no local, visando não apenas intervenções estruturais no espaço como também uma maior segurança dos esportistas e para o público visitante”, ressaltou.
O projeto para cercar a pista de voo, garante Claudio, não vai fechar o acesso à área. “Vamos cercar o espaço e controlar o acesso, que continuará sendo gratuito. A ideia é evitar que não habilitados a voar se arrisquem e coloquem em risco também outras pessoas”, disse, lembrando que rampas importantes que existem no país, como a de São Conrado, também mantêm esse controle. Haverá, ainda, definição do horário de funcionamento. “A ideia é manter o espaço fechado durante a noite, minimizando os riscos de acidente e evitando atos de vandalismo, mais comuns no período noturno”, explicou.
Após a conclusão desta primeira etapa, a intenção é trabalhar para melhorar a sinalização e a infraestrutura aos praticantes do esporte e para o público visitante. “Vamos ver o que conseguimos fazer com nossos próprios recursos e buscar parcerias públicas e privadas. O importante é que agora temos a certeza de que a ramps de voo livre é da cidade, para a prática do esporte e como ponto turístico”, concluiu Claudio.