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Argentinos se despedem de Maradona na Casa Rosada

Por Nicolás Misculin – Repórter da Reuters – Buenos Aires

Uma multidão de torcedores e personalidades do esporte e da política começou a chegar à mítica Casa Rosada nesta quinta-feira (26) para se despedir do ícone do futebol Diego Armando Maradona, que morreu ontem, aos 60 anos, após sofrer um ataque cardíaco.

A morte de um dos melhores e mais carismáticos jogadores de futebol da história, ocorrida em sua casa no subúrbio de Buenos Aires, gerou profundas reações e homenagens, incluindo líderes mundiais e o papa Francisco.

“Obrigado por ter jogado futebol, porque é o esporte que mais me dá alegria, mais liberdade. É como tocar o céu com as mãos. Graças à bola”, disse Maradona em 2005 durante um programa de televisão que apresentava, referindo-se ao que diria em seu próprio funeral.

A mídia argentina espera que até 1 milhão de pessoas se despeça do ídolo na Casa Rosada, um grande número em meio à pandemia do novo coronavírus que está abalando o mundo.

Antecipando-se ao velório de três dias, milhares de argentinos saíram às ruas ontem para homenagear o craque, deixando flores e mensagens em lugares emblemáticos de sua vida na Argentina.

“Sou um torcedor do Racing Club, mas, para mim, isso transcende o que os clubes são. [Maradona] é a Argentina, ele é o povo. É basicamente tudo para mim”, disse à Reuters Gonzalo Vera, de 21 anos, em frente ao estádio do Boca Juniors, do qual Maradona era um conhecido torcedor.

O polêmico ídolo alcançou fama global após o grande desempenho que teve na Copa do Mundo do México, em 1986, quando levou a Argentina ao seu segundo título mundial com alguns dos gols mais memoráveis ​​da história dos mundiais.

“Diego” ou “Pelusa”, como era conhecido, teve vários problemas de saúde devido ao abuso de drogas e álcool e, semanas atrás, foi submetido a uma cirurgia no cérebro. Em mais de uma ocasião nas últimas décadas, ele teve que ser hospitalizado de emergência para salvar sua vida.

O governo da Argentina decretou três dias de luto nacional, enquanto as homenagens – que começaram com minutos de silêncio na Copa Libertadores e na Liga dos Campeões, além de inúmeras demonstrações de carinho nas ruas e nas redes sociais – se repetem em todo o mundo.

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