A Câmara Municipal de Petrópolis terá, nesta quarta-feira, 3 de agosto, sessão solene para celebrar os 100 anos da Academia Petropolitana de Letras (APL). O evento comemorativo será no mesmo salão onde, em 3 de agosto 1922, foi fundada a Associação Petropolitana de Ciências e Letras, em reunião presidida pelo então prefeito Eugênio Lopes Barcellos. A solenidade começa às 19h e será conduzida pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Hingo Hammes.
No ano do centenário da Academia Petropolitana de Letras, Hingo Hammes frisa a importância do resgate histórico para homenagear os acadêmicos e também para lembrar a população em geral sobre a importância da entidade para a cidade. “A Academia Petropolitana de Letras mantém viva a memória literária e cultural da cidade. Petrópolis concentra um número muito grande de escritores, pesquisadores e poetas, que fazem da produção literária e cultural local uma referência não apenas no Estado, mas também no país”, destaca o presidente da Câmara Municipal.
A Academia Petropolitana de Letras foi criada em um momento de efervescência cultural na país. Era o ano do centenário de Independência do Brasil e da Semana de Arte Moderna. Intelectuais, artistas, pensadores e políticos trabalhavam no sentido de fomentar a arte, em todas as suas formas. Em agosto de 1922, o projeto se tornou realidade por iniciativa dos intelectuais Joaquim Gomes dos Santos, que idealizou a então Associação Petropolitana de Ciências e Letras, João Roberto d‘Escragnolle, que divulgou a ideia, e Reynaldo Chaves, que levou à frente as reuniões para concretizar a iniciativa.
Atual presidente da APL, Leandro Garcia Rodrigues lembra que, até a criação da Associação Petropolitana de Ciências e Letras, Petrópolis não tinha uma instituição literária. “Embora tivesse o nome de associação, a estrutura era organizada de acordo com as academias: com 40 membros. Seguia modelo da Academia Francesa – mãe de todas as academias”, lembra. Em 1929, Nair de Teffé foi eleita presidente e mudou o nome da associação para Academia Petropolitana de Letras, que permanece ainda hoje.
“Petrópolis tem o epíteto Cidade Imperial, mas poderia também ter Cidade das Letras. Arrisco dizer que é única com tamanha concentração de escritores e poetas”, considera Leandro Rodrigues, lembrando que a aprovação de um acadêmico passa por votação em assembléia. “É preciso que o interessado se candidate à cadeira. Escritores (não importa o gênero), podem participar. Temos hoje cadeiras ocupadas por juristas, advogados, desembargadores, médicos – que não produzem, necessariamente, literatura, mas sim textos acadêmicos. O fato é a que a APL acolhe escritores. O importante é ter produção de peso e ao menos um livro publicado”, detalha.
A sessão solene será aberta ao público e também terá transmissão pela TV (pelo canal 98 da Techcable) e pela internet (por meio do youtube da Câmara Municipal).Área