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Contas externas tiveram déficit de US$ 3,5 bilhões em maio

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

As contas externas brasileiras apresentaram déficit de US$ 3,5 bilhões em maio de 2022. No mesmo mês do ano passado, o resultado havia sido superávit de US$ 2,5 bilhões. Os números resultam das compras e vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda entre o Brasil e outros países.

De acordo com as estatísticas do setor externo, divulgadas hoje (26) pelo Banco Central, na comparação interanual, houve “redução de US$ 3,9 bilhões no saldo da balança comercial de bens e aumentos de US$ 743 milhões e de US$ 1,4 bilhão nos déficits em serviços e em renda primária, respectivamente”.

Com relação às transações correntes observadas nos 12 meses encerrados em maio, o resultado foi deficitário em US$ 32,9 bilhões, o que corresponde a 1,89% do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todas riquezas produzidas no país). No mês anterior, o valor estava em US$ 26,8 bilhões (1,57% do PIB); e em maio de 2021 estava em US$ 19,1 bilhões (1,3% do PIB).

Segundo a autoridade monetária, a balança comercial de bens foi superavitária no mês de maio de 2022, em US$ 3,4 bilhões, o que representa saldo positivo de US$ 7,4 bilhões na comparação com maio de 2021.

Tendo, ainda, como recorte, a balança relativa a bens, foi registrado um total de US$ 30 bilhões em exportações; e US$ 26,6 bilhões em importações – “incrementos de 13,8% e de 39,8% em comparação a maio de 2021, respectivamente”, informou o BC.

Serviços, viagens, transporte

A conta de serviços apresentou déficit de US$ 2,4 bilhões no referido mês, valor 45,5% maior do que o observado em maio do ano passado. Viagens internacionais registraram despesas líquidas de US$ 718 milhões em maio de 2022, ante aos US$ 139 registrados no mesmo mês de 2021.

“Na mesma base comparativa, e seguindo tendência dos meses recentes, os fluxos brutos de receitas de viagens expandiram 91,9%, totalizando US$ 373 milhões, e as despesas de viagens cresceram 227,3%, somando US$ 1,1 bilhão”, dizem as estatísticas.

Segundo o BC, as despesas líquidas de transportes somaram US$ 821 milhões em maio de 2022, ante US$ 307 milhões em maio de 2021, o que representa aumento de 167,6%. Aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$ 602 milhões.

Ainda com relação aos números relativos a maio de 2022, o déficit na conta de renda primária ficou em US$ 4,9 bilhões, valor 41,2% maior do que o obtido em maio de 2021.

Lucros e dividendos

Entre maio de 2021 e maio de 2022, as despesas líquidas de lucros e dividendos aumentaram de US$ 2 bilhões para US$ 4,2 bilhões “impulsionadas pelo aumento de US$ 1,9 bilhão das despesas brutas”, diz o levantamento.

“As despesas líquidas com juros somaram US$ 711 milhões em maio de 2022, ante US$ 1,5 bilhão em maio de 2021”, acrescentou ao informar que a redução de despesas brutas de juros “concentrou-se em operações de empresas de mesmo grupo econômico”.

De acordo com as estatísticas do setor externo, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 4,5 bilhões em maio de 2022, ante US$ 2,2 bilhões em maio de 2021.

“Houve ingressos líquidos de US$ 6,2 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$ 1,8 bilhão em operações intercompanhia. Nos doze meses encerrados em maio de 2022, o IDP totalizou US$ 60 bilhões (3,45% do PIB), ante US$ 57,8 bilhões (3,38% do PIB) no mês anterior e US$ 47,3 bilhões (3,22% do PIB) em maio de 2021”, detalha.

Com relação aos investimentos em carteira no mercado doméstico, o levantamento identificou um total de US$ 3,9 bilhões em saídas líquidas em maio de 2022, sendo US$ 3,2 bilhões em saídas via ações e fundos de investimento; e de US$ 702 milhões em títulos de dívida. “Nos doze meses encerrados em maio de 2022, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 5 bilhões”, complementou.

Reservas internacionais

As reservas internacionais tiveram aumento de US$ 1,3 bilhão na comparação com o mês anterior, totalizando US$ 346,4 bilhões em maio de 2022.

Segundo o BC, o resultado se deve principalmente às variações por preços e à receita obtida com juros, “que contribuíram para elevar o estoque em US$ 463 milhões e US$ 501 milhões, respectivamente”.

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