Na próxima segunda-feira, dia 4 de março, às 19h, será realizada uma mesa redonda com o tema “Futuro da Educação: Por que é preciso revogar o Novo Ensino Médio?”. O evento, que é uma iniciativa do Movimento Estudantil da cidade, acontecerá no salão nobre do CEFET Petrópolis e tem o apoio e participação da vereadora Júlia Casamasso, representante da Coletiva Feminista Popular, do deputado federal, Glauber Braga, do professor de Letras, Felipe Ferreira, da militante do Movimento Rebele-se e da Unidade Popular (UP), Lídia Rodrigues, e da estudante do 7º período da licenciatura em Física do CEFET, Juliana Medeiros.
O novo ensino médio entrou em vigor em 2021 e, no modelo atual, há uma redução na obrigatoriedade de disciplinas – antes consideradas essenciais, bem como a diminuição da carga horária durante o ano letivo. Foram criadas ainda matérias itinerárias, para que os alunos possam se aprofundar em determinados temas, que são ofertadas de acordo com a capacidade de cada instituição de ensino.
“A verdade é que os alunos, e a comunidade escolar de maneira geral, não estão satisfeitos com esse modelo de ensino. Muitos reclamam que esse formato não funciona e os obriga a estudar por conta própria muitas das disciplinas que deixaram de ser ofertadas porque não são mais obrigatórias, mesmo que ainda sejam cobradas no Enem e em concursos. Como os estudantes de escolas públicas poderão competir com os das particulares que continuam com o antigo formato de ensino?”, destaca a parlamentar.
Para Júlia, esse formato de ensino amplia as desigualdades socioculturais e econômicas. “Como professora, sou a favor da revogação do novo ensino médio e que sejam propostas mudanças estruturais que acabem com a assimetria na formação escolar dos jovens pobres e ricos, que dê condições reais à esses alunos de concluir seus estudos para conquistar uma vaga no mercado de trabalho”.
Para o deputado Glauber Braga, o novo ensino médio tem prejudicado os estudantes, professores e trabalhadores da educação. “Queremos refletir e discutir sobre o tema, e organizar nossa luta de maneira conjunta , por isso faço esse convite para que todos participem dessa mesa de debate. Essa discussão deve ocorrer em todos os municípios do Rio de Janeiro e tem, em Petrópolis, um local central com poder de mobilização, com capacidade de fazer diferença no estado quando se trata da luta pela educação. Contamos com a sua presença”.
Após a Conferência Nacional da Educação (Conae), realizada em janeiro deste ano, foi entregue um documento ao Ministério da Educação, elaborado com base nas plenárias municipal, estadual e nacional, pedindo renovações e ampliações de metas do antigo Plano Nacional de Educação (PNE), que incluem: o fim do novo ensino médio; educação de tempo integral (no mínimo sete horas de ensino diário) para pelo menos 50% dos estudantes; e investimento de 10% do PIB na educação.
“O ‘novo’ ensino médio atenta diretamente contra o entendimento de inteireza que defendemos para uma Educação Básica de qualidade, de formação profissional e humana. Sob a falsa propaganda de uma expansão de possibilidades de escolhas de percurso, o que acontece, na prática, é um esfacelamento do currículo, especialmente para os estudantes da escola pública. Sua revogação por inteiro, como foi sinalizado e defendido na Conferência Nacional de Educação de 2024 é urgente e incontornável”, explica Felipe Ferreira, que é doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Lembrando que a mesa redonda acontecerá no dia 4 de março, às 19h, no salão nobre do CEFET Petrópolis, localizado na Rua do Imperador, 971, Centro.