Destaques Economia Últimas Notícias

Dólar bate recorde e fecha em R$ 5,84 após corte de juros

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

corte maior que o esperado e a indicação de novas reduções na taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central (BC) provocaram uma fuga de recursos do país que pressionou o câmbio e fez o dólar bater mais um recorde. O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (7) vendido a R$ 5,84, com alta de R$ 0,136 (+2,39%). Esse é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) desde a criação do real.

O euro comercial fechou a R$ 6,336, com alta de 2,67%. A libra comercial encerrou o dia vendida a R$ 7,214, com alta de 2,22%.

O dólar operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 11h30, superou os R$ 5,87. No início da tarde, a moeda desacelerou a alta depois de o presidente Jair Bolsonaro declarar que pode vetar a retirada de algumas categorias de servidores públicos estaduais e municipais do congelamento de salários, que consta do pacote de ajuda a governos locais aprovado ontem (6) pelo Senado. A cotação, no entanto, voltou a subir com mais intensidade perto do fim das negociações.

A divisa acumula alta de 45,52% em 2020. O Banco Central (BC) interferiu pouco no mercado. A autoridade monetária fez dois leilões de contratos novos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – e rolou (renovou) cerca de US$ 500 milhões de contratos antigos que vencerão em junho.

Os investidores repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reduziu a Selic (taxa básica de juros) para 3% ao ano. Segundo o boletim Focus, pesquisa do BC com instituições financeiras, a maioria das instituições apostava que a taxa cairia para 3,25%.

Além de reduzir a taxa além do estimado, o BC indicou que pretende promover um novo corte de até 0,75 ponto percentual em junho, o que poderia levar a Selic para 2,25% ao ano. Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais estrangeiros.

A revisão para baixo da perspectiva da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, divulgada terça-feira (5) à noite, também provocou turbulências no mercado. As tensões políticas internas também interferiram nas negociações.

Bolsa de valores

O dia foi marcado por perdas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta quinta-feira aos 78.119 pontos, com queda de 1,2%. O indicador chegou a operar em leve alta, por volta das 15h, mas despencou nas horas seguintes.

O Ibovespa não se beneficiou do clima mais tranquilo no mercado externo. Influenciado pela perspectiva de que diversos estados norte-americanos amenizem as medidas de distanciamento social, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganho de 0,89%.

Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus.

As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, o relaxamento de restrições em vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos, após a superação do pico da pandemia, tem amenizado o impacto sobre os mercados globais.

Related posts

Cobertura florestal mundial perde 3,7 milhões de hectares em 2023

admin

Estácio promove evento para quem quer abrir sua própria empresa

admin

Em recuperação pós-chuvas, indústria gaúcha cresce 34,9% em junho

admin

Deixe um comentário