O compartilhamento e a integração de dados obtidos a partir de radares que já estão em funcionamento no entorno de Petrópolis podem, em curto prazo, ajudar no monitoramento meteorológico do município, contribuindo de maneira significativa no trabalho de prevenção a desastres. A informação, considerada essencial neste momento de aproximação de um novo verão após as tragédias de 2022, foi dada por especialistas que participaram, na noite desta sexta-feira (23), de audiência pública convocada pelo vereador Hingo Hammes, na Câmara Municipal de Petrópolis. A iniciativa foi conjunta com o senador Carlos Portinho e o deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Óleo, Gás e Energia, Hugo Leal, e tinha como objetivo analisar, tecnicamente, as possibilidades e necessidades da cidade para previsões meteorológicas mais precisas e alertas de chuvas mais eficazes, com a maior antecedência possível.
O encontro teve a presença do especialista em meteorologia por radares do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Carlos Frederico Angelis, e de dos professores Fabrício Polifke e Wanderson Luiz Silva, do Departamento de Meteorologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Técnicos da Aeronáutica, ligada ao Ministério da Defesa, também marcaram presença – o major Paulo Cesar Silva Costa, especialista em meteorologia do Departamento de Controle do Espaço Aéreo; o capitão Pedro Henrique Morsch, engenheiro de computação do Parque de Material de Eletrônica; e o 2º tenente Alan Descartes Tobias Tafuri, especialista em meteorologia, lotado no no Centro Integrado de Meteorologia. O evento ainda contou com a participação do diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Fábio Borges de Oliveira. A Prefeitura de Petrópolis não enviou representantes.
O vereador Hingo Hammes, o secretário Hugo Leal e o senador Carlos Portinho, ao lado dos vereadores Domingos Protetor, Eduardo do Blog, Dr. Mauro Peralta, Gilda Beatriz e Fred Procópio, aproveitaram a presença dos especialistas para esclarecer dúvidas sobre equipamentos e infraestrutura necessária para maior eficácia do trabalho. Eles destacaram, ao final do encontro, a importância da discussão, que apontou a necessidade de instalação de radar de bada X no município, de maneira a complementar o já existente, de banda S. Os técnicos detalharam as diferenças entre os equipamentos, explicaram a necessidade de cuidado na escolha do ponto de instalação e frisaram as vantagens da complementação dos dados.
“Não há outro caminho: precisamos lançar mão da ciência e da tecnologia. E hoje vimos também que, além de equipamentos, precisamos de material humano, de inteligência na análise das informações. Precisamos, de fato, de uma rede que una todas as pontas. Precisamos de trabalho integrado. Isso envolve todas as esferas do poder público em nível federal, estadual e municipal. Vamos trabalhar para isso”, garantiu o vereador Hingo Hammes, que presidiu a audiência pública.
O senador Carlos Portinho reafirmou o compromisso da bancada do Rio na captação dos recursos para a aquisição do novo radar e apontou a necessidade de formalização de termos de cooperação entre os diferentes entes envolvidos, de forma que os dados obtidos pelos diferentes equipamentos já existentes e que ainda virão a ser instalados sejam compartilhados e possam ser utilizados para o aprimoramento das análises não apenas em Petrópolis, mas em todo o Estado. “O primeiro passo é trabalhar pelo compartilhamento das informações já existentes. Precisamos colocar todos os ativos que reunimos nesta audiência pública para trabalharem em conjunto pela cidade e pelo Estado. Depois, verificando o alcance destes equipamentos já existentes, será possível uma análise mais técnica sobre a necessidade de Petrópolis. Um radar de banda X atende a necessidade? Cobre todo o município?”, detalhou.
O deputado Hugo Leal também registrou o apoio do Governo do Estado no trabalho para unir todos os órgãosque podem contribuir para aprimoramento do trabalho de prevenção de desastres e lembrou a necessidade de um sistema nacional de meteorologia, com dados centralizados captados pelos diferentes equipamentos pelo país. “E aí, regionalmente, estados e municípios precisam também trabalhar suas especificidades, mas sempre compartilhando suas informações. Essa integração dos dados é o que vai permitir que todo o território seja efetivamente coberto pelos equipamentos, otimizando tanto equipamentos quanto recursos”, afirmou.
A audiência pública completa pode ser conferida na página oficial da Câmara Municipal de Petrópolis no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=c9GM6HQ98g8).
