O presidente da Comissão em Defesa da Saúde da Câmara Municipal, vereador Dr. Mauro Peralta, cobrou medidas para reduzir a fila de espera por exames e atendimentos especializados na rede pública de saúde na cidade. Hoje mais de 10 mil pessoas aguardam a realização de exames e 15 mil, atendimentos especializados. Ele também manifestou preocupação com o crescente aumento de pessoas que estão deixando planos de saúde privados e passando a buscar atendimento na rede pública, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A manifestação foi durante audiência pública na Câmara Municipal, na última terça-feira (31), para apresentação e avaliação dos dados do primeiro quadrimestre de 2022 na área de saúde.
A audiência pública para exposição dos indicadores de desempenho é obrigatória. Segue o previsto na Lei Complementar 141/12, que determina transparência, visibilidade, fiscalização, avaliação e controle da gestão da área de saúde. “Este acompanhamento é extremamente importante para que o Legislativo possa desempenhar com maior eficácia seu papel fiscalizador e propositor de leis. Neste quadrimestre, especificamente, sabemos que houve muitas dificuldades, em função dos desastres registrados na cidade e que atingiram diretamente a Secretaria Municipal de Saúde e vários dos seus equipamentos, mas vimos disposição e boa vontade de toda a equipe”, frisou Dr. Mauro Peralta.
A audiência, que contou com a presença dos vereadores Marcelo Lessa e Gilda Beatriz, que também compõem a Comissão em Defesa da Saúde, além dos Domingos Protetor, Ronaldo Ramos, Yuri Moura e Octavio Sampaio, se estendeu por três horas, com a exposição e debate sobre os dados apresentados. Números do município mostraram que, nos últimos anos, o número de petropolitanos com planos de saúde privados caiu de 109 mil pessoas para pouco mais de 85 mil – uma diferença de quase 25 mil pessoas.
“Estamos falando de quase 25 mil pessoas que passaram a buscar atendimento na rede pública, sem que houvesse aumento de estrutura, pessoal e recursos no sistema na mesma proporção. Isso precisa ser seriamente discutido”, lembrou o vereador Dr. Mauro Peralta, acrescentando que medidas para inverter a pirâmide dos investimentos na saúde são urgentes. “É preciso encontrar maneiras de investir mais na atenção primária para que, em médio e longo prazo, vejamos a redução de casos mais graves, que, além de representarem maior risco de morte, têm custos infinitamente mais altos”, detalhou.
Durante a audiência, os vereadores cobraram medidas para melhorar o serviço de psiquiatria e pediram maior intersetorialidade entre Saúde e Educação. “A escola pode e deve ser o espaço para programas de combate ao tabagismo, prevenção da gravidez e planejamento familiar, entre outros. Formar cidadãos mais conscientes sem dúvida vai gerar impactos positivos no futuro”, lembrou Dr. Peralta, que também voltou a cobrar medidas para reduzir os casos de sífilis e estimular a vacinação.
“Estamos aqui para fiscalizar, mas também para dialogar, para ajudar a encontrar caminhos para sanar o que precisa ser melhorado na rede. A questão das filas, por exemplo, pode ser combatida com mutirões noturnos, por exemplo. É importante que o município avance no planejamento e controle do sistema, não apenas extraindo os dados, mas também fazendo a análise das informações. O tempo de permanência em um leito hospitalar por exemplo, pode indicar falha no fluxo, como demora para a realização de exames ou na visita médica em feriados e fins de semana. É preciso entender onde estão os problemas para que possam ser resolvidos”, finalizou.
Também participaram da audiência a presidente do Sindicato dos Médicos, Margarida Machado Gomes, o presidente da Associação de Moradores do Vale do Carangola, Carlos Alberto de Melo Santos, e o representante da sociedade civil, Sérgio Luiz Pereira César.