Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
De acordo com a PNAD Covid semanal, divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 83,5 milhões de pessoas constituíam a população ocupada do país na semana de 7 a 13 de junho. O resultado estimado mostra estabilidade em relação à semana anterior, de 83,7 milhões de pessoas ocupadas e em relação à semana de 3 a 9 de maio, de 83,9 milhões de pessoas.
Do total encontrado, 8,5 milhões, ou 12,5% dos ocupados, trabalham remotamente. Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior, de 8,9 milhões ou 13,2%, e, também, em relação à semana de 3 a 9 de maio, de 8,6 milhões ou 13,4%.
A PNAD Covid é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), feita em parceria com o Ministério da Saúde, com o objetivo de quantificar as pessoas com sintomas da covid-19 e os impactos da pandemia no mercado de trabalho.
O nível de ocupação na semana de 7 a 13 de junho foi de 49%, permanecendo estável em relação à semana anterior, de 49,3%, e frente à semana de 3 a 9 de maio, de 49,4%.
A taxa de informalidade também ficou estável em 35%, tanto na comparação com a semana anterior, de 35,6%, quanto frente à semana de 3 a 9 de maio, de 35,7%, atingindo 29,2 milhões de pessoas. No início de maio, eram 29,6 milhões. Entre os informais, a PNAD Covid citou os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados, que dependem da ajuda do morador do domicílio onde residem ou de algum parente.
Segundo a pesquisa, cerca de 12,4 milhões de pessoas, ou o equivalente a 14,8% da população ocupada, estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social. Houve redução em relação à semana anterior, de 13,5 milhões ou 16,1% da população ocupada, e também frente à semana de 3 a 9 de maio, de 16,6 milhões ou 19,8% dos ocupados. Isso significa que em torno de 1,1 milhão de pessoas podem ter voltado ao trabalho com a flexibilização do distanciamento social adotada em algumas cidades do país. Na primeira semana de maio, 16,6 milhões estavam afastadas do trabalho.
A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, observou que, “em relação à primeira semana de maio, o resultado pode significar algum retorno ao trabalho, mas também dispensa de pessoal, pois nessa comparação se observa o aumento da população desocupada em 2 milhões. Então pode ter ocorrido esses dois efeitos”.
Desocupados
A população desocupada, por sua vez, chegou a 11,9 milhões de pessoas na segunda semana de junho e ficou estatisticamente estável frente à semana anterior, de 11,2 milhões, embora tenha crescido em relação à semana de 3 a 9 de maio, com 9,8 milhões de desocupados.
A população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) somava 74,9 milhões de pessoas, com estabilidade estatística em relação à semana anterior (75 milhões) e queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). Nesse contingente populacional, cerca de 26,7 milhões de pessoas (ou 35,7% da população fora da força de trabalho) disseram que gostariam de trabalhar. O número ficou estável em relação à semana anterior (26,8 milhões ou 35,8%) e frente à semana de 3 a 9 de maio (27,1 milhões ou 35,5%).
Para 18,2 milhões de pessoas fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho, o motivo alegado foi a pandemia do novo coronavírus (covid-19) ou o fato de não terem encontrado uma ocupação próximo de onde moravam. Elas correspondiam a 68% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (17,9 milhões ou 66,8%) e recuou frente à semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 70,7%).
Sintomas da covid-19
Na semana de 7 a 13 de junho, a PNAD Covid 19 do IBGE estimou que 15,6 milhões de pessoas, ou 7,4% da população do país, apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal – febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular -, que são investigados pela pesquisa. Esse contingente ficou estável em comparação à semana anterior (15,8 milhões ou 7,5% da população) e caiu em relação a semana de 3 a 9 de maio (26,8 milhões ou 12,7%).
Cerca de 3 milhões de pessoas (ou 19,2% daqueles que apresentaram algum sintoma) procuraram atendimento em postos de saúde, equipe de saúde da família, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pronto socorro ou hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) ou, ainda, ambulatório ou consultório médico, pronto socorro ou hospital privado. O contingente ficou estável em relação à semana anterior (2,8 milhões ou 17,5%), mas caiu frente à semana de 3 a 9 de maio (3,7 milhões ou 13,7%). Mais de 85% destes atendimentos foram na rede pública de saúde, revelou a pesquisa.
Cerca de 900 mil pessoas procuraram atendimento em hospital público, particular ou ligado às Forças Armadas na segunda semana de junho, mostrando estabilidade em relação à semana anterior (943 mil) e também à semana de 3 a 9 de maio (1,1 milhão). Entre os que procuraram atendimento, 110 mil (12,2%) foram internados. Nesse caso, também houve estabilidade frente à semana anterior (121 mil ou 12,8%) e à semana de 3 a 9 de maio (97 mil ou 9,1%).