Cidade Destaques Últimas Notícias

Lei de Petrópolis que proíbe uso de copos descartáveis em grandes eventos serve de exemplo para o estado

O projeto do vereador Hingo Hammes que deu origem à lei municipal proibindo o uso de copos plásticos descartáveis comuns em grandes eventos realizados pela Prefeitura de Petrópolis está servindo de exemplo para o estado. Na semana passada, o deputado estadual Sérgio Fernandes apresentou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) projeto de lei que veta a utilização destes copos em todos os eventos oficiais e patrocinados, incentivados ou que dependam de alguma cooperação do Poder Executivo estadual. A ideia é estimular o uso de copos retornáveis ou biodegradáveis, reduzindo o impacto no meio ambiente e levando à reflexão sobre a necessidade de mudança de hábitos, buscando ações sustentáveis.

Sérgio Fernandes diz que a iniciativa, embora se baseie na proibição do uso dos copos descartáveis comuns, tem como objetivo central promover o debate sobre a questão ambiental e estimular a conscientização da população. “É importante entender o que há por trás desta proposta. Estamos falando de eventos em que há utilização de recursos públicos e que, portanto, devem equilibrar desenvolvimento social e desenvolvimento sustentável. É preciso aliar a questão ambiental à busca pelo desenvolvimento, pela geração de emprego e renda”, diz, explicando que esteve com o vereador petropolitano Hingo Hammes e contou com a ajuda dele para a formulação do projeto de lei estadual.  

Hingo Hammes, que é presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, lembra que, na cidade, mais de 120 mil copos plásticos vão para o lixo em um evento de apenas 10 dias. “O plástico é considerado um problema mundial hoje. É o resíduo sólido menos reciclado, principalmente em função do baixo retorno. Se ainda não conseguimos acabar com o uso dele, precisamos trabalhar para, ao menos, reduzir este consumo”, explica, frisando a importância da adesão da população à iniciativa e lembrando que na própria Câmara é proibida a compra de copos plásticos descartáveis. 

“O que fizemos em Petrópolis foi lançar um desafio a todos aqueles que participam de eventos na cidade: vamos buscar alternativas? Isso sem dúvida fará com que as pessoas pensem melhor e esperamos que as soluções encontradas sejam levadas também para o trabalho e a própria casa. É um trabalho, como dizem, de formiguinha. Já existem leis estaduais proibindo os canudos plásticos e as sacolas nos mercados e, aos poucos, todos se adaptaram. É preciso desestimular o consumo de materiais não sustentáveis de maneira gradativa. Esperamos estimular os empresários a buscarem também outras alternativas, seja em eventos públicos ou privados, em bares ou outros estabelecimentos. Temos que pensar juntos, construir soluções”, frisa, lembrando que, em Petrópolis, a lei começou a valer este ano, mas, em função da pandemia, ainda não houve eventos após as regras entrarem em vigor. A expectativa é que a primeira realização adaptada às novas regras seja a Bauernfest, em junho de 2021.

O deputado estadual Sérgio Fernandes lembra que, na Alerj, o projeto ainda vai passar por comissões para então, ser levado a votação no plenário da Casa. “É dever dos entes políticos buscar alternativas que ajudem na preservação do ambiente e criar dificuldades à utilização de produtos plásticos em geral. Essa lei certamente vai estimular a adoção de novas tecnologias que trarão menos impacto às futuras gerações”, defende ele, lembrando que a proposta vai ao encontro de um crescente movimento global de combate ao lixo plástico, um dos principais vilões da poluição marinha. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 50 países têm propostas nessa área.

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos (ABRELPE) estima que são consumidos, no Brasil, cerca de 720 milhões de copos descartáveis por dia. Isso equivale a aproximadamente 1.500 toneladas de resíduos. A maioria dos copos de plástico descartáveis utilizados no país hoje são produzidos a partir de poliestireno, componente derivado do petróleo, uma fonte não renovável de matéria-prima. Produtos fabricados a partir desse material não são biodegradáveis e, por isso, resistem muito tempo no meio ambiente, podendo ultrapassar os 450 anos.O projeto estadual prevê o prazo de 180 dias de adaptação, se a lei for sancionada.

Related posts

Serrano estreia neste domingo (04) em casa, na série B1 do Campeonato Carioca

admin

Colônia de Férias da Firjan SESI está com inscrições abertas para crianças de 4 a 14 anos

admin

Mapeamento propõe estratégias locais para enfrentar covid-19

admin

Deixe um comentário