A importância do diagnóstico precoce do Mieloma Múltiplo é destacada durante o mês de março. O objetivo da campanha é conscientizar sobre a doença, que é um câncer hematológico e atinge uma das células do sangue (os plasmócitos), produzidas na medula óssea e responsável pela produção de imunoglobulinas no corpo.
Hematologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO), Bruno Reis explica que esta é uma doença que vem crescendo em número de diagnósticos. “Em 2020 foram mais de 100 mil novos casos diagnosticados em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 2 mil novos casos por ano”, diz.
De acordo com o médico, alguns sintomas do Mieloma Múltiplo são: anemia, dores ósseas, cálcio aumentado no sangue e problemas renais. “Muitas das vezes não pensamos no mieloma como diagnóstico e a doença evolui por uma série de fatores que fazem com que o paciente tenha complicações que podem deixar sequelas. O que a gente percebe muito no consultório é a dor óssea. Às vezes o paciente fica até quatro meses tomando anti-inflamatório e sem procurar um médico, achando que é uma dor lombar ou um mal jeito. O que orientamos é que no caso de sintomas persistentes, o paciente busque um hematologista para diagnosticar ou descartar a doença. Quanto mais cedo ela for identificada, mais efetivo será o tratamento”, destaca.
Entre os fatores de risco, Bruno ressalta alguns imutáveis, como raça e a questão genética. “A gente vê que tem maior prevalência em homens, negros, com idades acima de 60 anos”, afirma. Com relação ao fator genético, ele diz que, geralmente, está associado a pacientes que tem parentes de primeiro grau que já tiveram a doença.
Ainda segundo o especialista, o Mieloma Múltiplo não tem cura, mas é possível controlar a doença e o paciente consegue levar a vida normalmente e com qualidade. “Cada vez mais temos novas quimioterapias que ajudam nesse controle e, em pacientes mais jovens, com idades abaixo de 70 anos é possível indicar também o transplante de medula óssea que faz com que tenham uma sobrevida livre da progressão da doença, podendo passar até seis anos sem precisar do tratamento”, conclui.