A planilha usada pelo Governo Municipal para autorizar o reajuste da tarifa de ônibus em Petrópolis traz números alarmantes. Dados levantados pelo vereador Hingo Hammes, que é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade da Câmara Municipal, mostram um aumento de quase 500% na remuneração da diretoria das empresas entre 2022 e 2023.
E mais: a planilha da CPTrans prevê aumento de 31% para os motoristas, no entanto o percentual de reajuste salarial concedido foi de apenas 6,47%.
Representante da Câmara Municipal no Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran), Hingo Hammes votou contra o reajuste e vem buscando, junto a outros parlamentares, meios legais para reverter o aumento da passagem, que sobe de R$ 4,95 para R$5,30 neste domingo, segundo publicação do governo municipal no Diário Oficial. “Este é o terceiro reajuste na tarifa de ônibus em um ano e meio, o que representa um aumento de 26% num período marcado por problemas, com redução da oferta de ônibus, quebras e atrasos. Não há como aceitarmos reajuste com esta planilha e com o serviço como está. É inaceitável!” criticou, lembrando que, quanto mais alto o preço da passagem, menor é o número de passageiros.
Vale-educação e bilhetagem eletrônica
Hingo Hammes, que foi prefeito interino da cidade em 2021 e, no fim daquele ano, criou o vale-educação, defendeu o custeio da gratuidade pelo poder público. “Não é justo que o passageiro pagante custeie essa gratuidade”, frisou, cobrando também a continuidade do trabalho iniciado durante o governo interino para que a CPTrans assuma a gestão do sistema de bilhetagem eletrônica, hoje está nas mãos das empresas. “Estamos falando de acabar com a caixa-preta do sistema. É uma medida que garante mais transparência e segurança ao poder público, além de permitir um planejamento mais eficaz visando melhorias no transporte público municipal”, finalizou.