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Projeto de Aluna de Enfermagem da UNIFASE Beneficia Deficientes Auditivos no Hospital de Ensino Alcides Carneiro

Com o objetivo de incluir puérperas e proporcionar acessibilidade à comunidade surda, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Flávia Verdolin, aluna de Enfermagem do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE), visa auxiliar pais ouvintes e surdos. O projeto consiste em um vídeo educativo sobre cuidados essenciais com recém-nascidos, utilizando a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Rosângela Sant’Anna Amaral, orientadora do TCC e professora da UNIFASE, destaca o compromisso da instituição com a inclusão e a melhoria contínua dos cuidados em saúde. “Sempre incentivamos nossos alunos a desenvolverem trabalhos aplicáveis no ambiente hospitalar ou na comunidade. Ensinamos durante as atividades práticas a compreenderem que aquele paciente deitado no leito tem uma família, que também precisa ser acolhida”, explica.

A maternidade do Hospital de Ensino Alcides Carneiro foi escolhida para a implementação do projeto. No momento da alta hospitalar, os pais dos bebês receberão um QR code que permitirá acesso ao vídeo educativo.

Este projeto é mais um exemplo do compromisso da UNIFASE com a inovação e a inclusão social, destacando a importância de proporcionar cuidados de saúde acessíveis a todos os segmentos da população.            

“Esse projeto promove a equidade no acesso à informação. As mães surdas muitas vezes enfrentam barreiras na comunicação durante o atendimento de saúde, o que pode resultar em mal-entendidos e cuidados inadequados. Um vídeo educativo em Libras permite que essas mães compreendam plenamente os cuidados necessários para seus bebês, desde a amamentação até os primeiros socorros, além de medidas de prevenção a doenças. Isso não só fortalece a confiança dessas mães, mas melhora a saúde e o bem-estar dos recém-nascidos. Esse vídeo educativo representa um passo significativo na humanização do atendimento e na inclusão social, pois mostra como a tecnologia e a criatividade podem ser usadas para superar barreiras, garantindo que todos tenham acesso às informações vitais para a saúde de suas famílias. Iniciativas como esta servem como exemplo de boas práticas que podem ser adotadas por outras instituições de saúde”, ressalta Isabelle Geoffroy, coordenadora do curso de graduação em enfermagem da UNIFASE.

Estudante do 9° período de Enfermagem, Flávia Verdolin conta como surgiu a ideia de utilizar LIBRAS no projeto. “Quando me mudei para Petrópolis, morei em um apartamento que tinha uma escola para pessoas surdas ao lado. Ficava observando, interessada na maneira como se comunicavam em Libras. Quando entrei para a graduação, fiquei muito fascinada pela obstetrícia, o que me fez pensar em como essa comunidade de surdos teria acesso às informações que precisam ser passadas pelos profissionais. Então, decidi que seria uma boa maneira de ajudar com esse projeto”, lembra.

Para a realização do vídeo, a aluna Flávia Verdolin teve o auxílio de Cristiane Sena, intérprete, professora de Libras e gestora de Acessibilidade do Sehac. “Esse momento tão especial do nascimento de uma criança não pode ser marcado por falta de informação e insegurança. Então, quando existe o acesso à informação, com a acessibilidade comunicativa, existe segurança, respeito e empatia. Este trabalho desenvolvido pela Flávia corrobora com todo esse movimento. Perceber que os profissionais estão vindo do meio acadêmico com esta consciência profissional, nos dá mais do que esperança, mas a certeza de que teremos profissionais mais qualificados e que vão oportunizar um atendimento digno a toda comunidade surda”, comemora Cristiane.

Outra profissional que colaborou para a produção do vídeo educativo foi Fernanda Gonçalves, que é deficiente auditiva e trabalha no apoio administrativo do Sehac. “Esse cuidado humanizado é extremamente necessário para as mães surdas. Ter o atendimento desde o pré-natal, parto, pós-parto e os cuidados com o recém-nascido é um direito garantido. Eu pertenço à comunidade surda e já ouvi diversos relatos de casais de amigos que são pais e dizem enfrentar alguns desafios, pois nos atendimentos e cuidados profissionais ainda há a falta de acessibilidade, especialmente na comunicação”, pontua.

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