Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) manteve a nota da dívida pública brasileira. A decisão foi divulgada na noite desta quinta-feira (10) e ocorre oito meses depois de a agência ter reduzido de positiva para estável a perspectiva de nota do país.
A perspectiva estável significa que a agência não pretende mudar a nota do país nos próximos anos. Atualmente, a S&P concede nota BB- para o Brasil, três níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública. A perspectiva positiva indicava que a nota poderia ser elevada.
A agência estima que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) encolherá 4,7% em 2020 e crescerá 3,2% em 2021. A S&P, no entanto, ressaltou que o fim de estímulos como o auxílio emergencial criará incertezas para o próximo ano.
Em comunicado, a S&P informou que condicionou a manutenção da nota à implementação do programa de ajuste fiscal e a uma recuperação econômica “modesta”, que permita ao país conseguir financiar a dívida pública bruta, que saiu de 75,8% do PIB em 2019 e chegou a 90,7% do PIB em outubro.
Embora tenha mantido a nota da dívida brasileira, a agência de classificação de risco informou que pode elevar a classificação do país caso reformas atualmente paralisadas sejam aprovadas e a economia cresça mais que o esperado. Por outro lado, se a pressão por gastos adicionais reduzir o compromisso da classe política com o ajuste fiscal, a S&P informou que poderá piorar a avaliação do Brasil.
Congresso
Para a S&P, o governo tem mostrado compromisso com políticas que reduzem os gastos obrigatórios e incentiva os investimentos privados na economia. O comunicado, no entanto, adverte que a falta de uma coalizão sólida no Congresso e o prolongamento da pandemia de covid-19 representaram um desafio para destravar essa agenda.
Desde janeiro de 2018, a S&P enquadra o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de risco. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento.