O supercomputador Santos Dumont, instalado desde 2015 no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), terá sua capacidade aumentada ainda em 2024. Os novos equipamentos, adquiridos através de projeto de cooperação com a Petrobras, desenvolvidos pela empresa Eviden, linha de negócios líder do Grupo Atos em computação avançada, devem chegar ao Brasil no dia 11 de novembro. O RIOgaleãoserá responsável pelo recebimento e armazenamento no Rio de Janeiro e a B&A Logística Internacional fará toda a logística internacional de mais de 20 toneladas desde a fábrica da Bull em Angers, na França, através de um avião charter especial. Após o desembarque, os equipamentos serão transportados em três carretas até a sede do LNCC, com previsão de chegada no dia 13 de novembro, em Petrópolis (RJ).
Em 2019, com a iniciativa do consórcio de Libra, liderado pala Petrobras, o Santos Dumont aumentou sua capacidade para conduzir a comunidade científica para um novo patamar de pesquisa e desenvolvimento e, agora, a atualização do equipamento permitirá que mais projetos de pesquisa brasileiros possam ser atendidos e aqueles, que já usam o Santos Dumont, possam concluir mais rapidamente suas simulações e análises de dados, ou seja, a ciência brasileira poderá avançar mais rápido e em mais áreas do conhecimento. Essa atualização se tornou a primeira etapa do audacioso e consistente Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA).
O que difere um computador de um supercomputador é a capacidade para atender a projetos de grande escala, ou seja, são Petascala, sistemas de computação capazes de calcular pelo menos 10 elevado a 15 operações matemáticas de ponto flutuante por segundo (1 peta = 1 quatrilhão), usados para processamento de cálculos complexos e tarefas extensas, empregados em pesquisas científicas com grandes volumes de dados.
O Santos Dumont mudou a forma como muitos cientistas brasileiros trabalham e exemplo disso, são as pesquisas para a criação de vacinas. Uma vacina é normalmente desenvolvida em três etapas. Na primeira (etapa pré-clínica), uma vacina é testada em animais, e para acelerar o desenvolvimento dessa etapa, um computador pode ser utilizado para simular esses testes, de forma muito mais rápida e sem o envolvimento de animais, eliminando rapidamente vacinas candidatas que não se comportam bem já nessas simulações. E para uma simulação desse tipo é necessário o uso de um supercomputador como o Santos Dumont.
Antes do Santos Dumont, os cientistas precisavam recorrer a supercomputadores de instituições no exterior para fazer essas simulações, aumentando o custo de produção das vacinas. O mesmo vale para várias outras áreas, como aviação e energias renováveis, por exemplo. Qualquer cientista brasileiro que apresente um projeto, em que fique clara a necessidade de usar um supercomputador com a capacidade do Santos Dumont, pode utilizá-lo.
Com a atualização, o Santos Dumont estará de volta ao Top 500 do Mundo como o mais rápido computador da América Latina dedicado à pesquisa científica, e trará três grandes benefícios para a comunidade científica nacional: ampliar a capacidade de atender um número maior de projetos científicos; expandir a capacidade de atender os projetos atuais viabilizando simulações numéricas de fenômenos físicos, econômicos ou sociais mais complexos e treinamentos de sistemas de inteligência artificial mais sofisticados; e ainda permitir que os projetos que já estão em andamento ou que venham a entrar, futuramente, no sistema possam receber um retorno mais rápido dos resultados de suas simulações e análise de dados.
Com o aumento da capacidade do Santos Dumont a ciência brasileira poderá avançar mais rápido e em mais áreas do conhecimento!
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