O verão tem como característica principal os dias quentes, além do sol que faz muitas pessoas buscarem opções para se refrescar tais como praia, cachoeiras e piscinas. Neste período, onde a intensidade dos raios ultravioleta aumenta, os olhos também exigem proteção. Os especialistas indicam o uso de óculos, mas alertam sobre a importância de fator de proteção que o acessório deve ter.
“O uso de óculos escuros sem filtros cria a falsa impressão de proteção e os raios nocivos não filtrados podem causar dano a pele ao redor dos olhos, conjuntivas, cristalino e retina. Lentes escuras de baixa qualidade filtram apenas raios visíveis, permitindo a passagem de raios ultravioleta tipo A e B, que estão relacionados ao fotoenvelhecimento e ao surgimento de alguns tipos de câncer. Os olhos também sofrem os efeitos da radiação excessiva que aumenta o risco de catarata precoce, degenerações da retina e pterígio”, explica a Oftalmologista, Ana Luísa Aleixo.
Nesta estação, também é comum o uso de ar-condicionado com frequência, o que diminui a umidade do ar e aumenta a evaporação da lágrima. Isso causa um desconforto, deixando os olhos mais secos e vermelhos, devido a longa exposição a esses ambientes. Outro aspecto que pede atenção é o uso de lentes em ambientes aquáticos e o cloro das piscinas.
“O cloro pode causar irritações oculares e o uso de lentes de contato em praias e piscinas aumenta o risco de infeções relacionadas a água contaminada, como a ceratite por ameba. É importante não ir à praias consideradas impróprias para banho, pois a água contaminada, especialmente com coliformes fecais aumenta o risco de ocorrência de conjuntivites, infecções de pele e da córnea e até mesmo de hepatite”, diz a especialista.
Segundo a Drª Ana Luísa, o uso de filtros solares na pele deve ser intensificado no verão, mas sua aplicação próxima aos olhos pode causar grande desconforto ardência ocular e até ceratites químicas.
Dicas de verão:
Use óculos escuros de boa procedência e com selo de proteção UVA e UVB;
Filtros solares não devem ser aplicados na borda da pálpebra;
Evite abrir os olhos embaixo d’água;
Direcione o fluxo de ar de ventiladores e aparelhos de ar condicionado no sentido contrário ao que você estiver no ambiente;
Use lágrimas artificiais prescritas pelo seu médico caso tenha sintomas de olho seco: ardência, sensação de areia nos olhos, vermelhidão e
Cuide das lentes de contato e evite exposição dos olhos a água contaminada.
Dra. Ana Luisa Aleixo, é oftalmologista com doutorado em Infecções, sendo pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz desde 2002 e responsável técnica pela Oftalmo Clínica de Petrópolis.